Justiça suspende demissão de 300 funcionários em Passo Fundo

Justiça suspende demissão de 300 funcionários em Passo Fundo

Juiz determinou que empresa se abstenha de promover novos desligamentos sem prévia negociação coletiva

Acácio Silva

Demissões foram anunciadas no dia 2 de maio

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O juiz da 2ª Vara da Justiça do Trabalho de Passo Fundo, Luciano Ricardo Cembranel, suspendeu, no início da noite de sexta-feira, a demissão de de 300 funcionários da Companhia Minuano de Alimentos – frigorífico de abate de aves, - no Município da região Norte do Estado. A decisão atende pedido de antecipação de tutela em ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público do Trabalho-MPT.

A demissão dos trabalhadores foi anunciada no último dia 2. Na ocasião, em nota à imprensa, a Minuano alegou que a medida foi tomada devido ao término do seu contrato com o Grupo JBS. A empresa abatia frangos para a multinacional. Ao ajuizar a ação civil pública, o MPT destacou que as demissões não poderiam ter acontecido sem negociação coletiva com o sindicato da categoria, acompanhada pelo órgão.

O juiz Luciano Ricardo Cembranel acatou o argumento do MPT. Segundo ele, embora a dispensa coletiva não esteja explicitamente prevista em lei, a doutrina e a jurisprudência vêm entendendo que ela não é um mero direito potestativo do empregador, ainda que justificada por dificuldade financeira.

De acordo com o magistrado, há necessidade de prévia negociação coletiva com o sindicato profissional dos empregados, já que a despedida em massa tem repercussões econômicas que ultrapassam os limites da relação de emprego, com reflexos na comunidade onde a empresa e os trabalhadores se inserem. Cembranel afirma na sentença que a negociação prévia para a ocorrência de demissão coletiva é indispensável para que suas repercussões sejam mitigadas, permitindo, assim, a adoção de medidas que reduzam as dificuldades aos abrangidos pelo desemprego e os demais problemas sociais ocasionados a toda a coletividade.

Além de declarar ineficazes as demissões, o juiz determinou que a empresa se abstenha de promover novos desligamentos sem prévia negociação coletiva, sob pena de multa de R$ 10 mil por empregado dispensado.

A empresa ainda não se manifestou sobre a decisão da justiça. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Alimentação de Passo Fundo, Miguel Santos está convocando os trabalhadores demitidos para que segunda-feira se apresentem na sede da empresa.

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