Levy diz que pessoas entenderão se tiverem que pagar mais impostos

Levy diz que pessoas entenderão se tiverem que pagar mais impostos

Ministro informou que um pacote de medidas será anunciado até o fim de setembro

Agência Brasil

Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, comentou a perda do grau de investimento do Brasil

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* Com informações da AE

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou que as pessoas vão entender se tiverem que pagar mais impostos para tornar o País mais forte. Levy ressaltou que a presidente Dilma Rousseff não deixa de tomar medidas por haver possibilidade de uma queda de popularidade e que o governo está empenhado em atingir meta de superávit de 0,7% do PIB.

Em entrevista coletiva nesta tarde, Levy disse que o governo não pode agir sozinho e que a sociedade tem que entender a importância de se colocar as contas fiscais em ordem. "Se tiver que pagar um pouquinho de imposto para sermos vistos como País forte, as pessoas entenderão", afirmou.

O ministro frisou a responsabilidade da presidente Dilma na tomada de decisões. Segundo ele, a petista já vem tomando decisões que, por exemplo, geraram alta de preços administrados. "Por isso que a presidente falou que vai tomar as medidas para isso (colocar as contas em ordem). E já até tomou (medidas) e nem todas têm refletido na popularidade dela", disse.

O ministro ressaltou que, "se precisar pedir a sociedade, empresas e famílias que façam um esforço adicional para ajudar o Brasil a chegar aonde quer chegar, tenho certeza que a presidente vai fazer a proposta". Levy afirmou que essa discussão será o programa de governo para as próximas semanas.

Para o ministro, as ações do governo já têm surtido efeito. "Pela primeira vez, vimos uma contribuição positiva do setor externo. A balança, que tinha perdas, agora está no azul, porque o governo tomou as medidas necessárias no começo do ano. Com relação ao câmbio, o ministro disse que "estávamos vendo o déficit com o resto do mundo piorando e deixamos o câmbio flutuar, estamos vendo o déficit diminuindo".

Rebaixamento
Após o rebaixamento do grau de investimento pela agência de risco do Brasil pela Standard & Poor's, o ministro ressaltou que a economia brasileira precisa sofrer reengenharia para se adaptar ao cenário mundial. O dirigente da Fazenda ressaltou a necessidade de retomar o crescimento e a adaptação às novas conjunturas. "Temos reformas estruturais para botar o País pronto para responder ao novo ambiente", disse.

Por diversas vezes durante a coletiva de imprensa, que contou com uma fala improvisada do ministro, que não planejava fazer uma explanação inicial, Levy ressaltou a reforma do ICMS e do PIS/Cofins como componentes importantes para o fortalecimento da economia. "Outra reforma importante é a do PIS/Cofins, que atinge praticamente todas as empresas." O ministro também fez questão de ponderar o equilíbrio entre as despesas discricionárias e obrigatórias. "É claro que há intenção de fazer equilíbrio e corte de despesas e temos que olhar as (despesas) discricionárias e obrigatórias", afirmou.

Ao defender a reforma do PIS/Cofins, Levy ponderou que as mudanças permitirão que as empresas sejam mais transparentes e transversais. Para o ministro, a reforma irá simplificar o pagamento de imposto e proporcionará mais segurança jurídica.

O dirigente da Fazenda reconheceu os problemas do sistema tributário. "O sistema é complicado e sempre há dúvidas", frisou. Fazendo uma referência ao Congresso, Levy afirmou que as reformas estruturais que estão sendo conversadas com o Legislativo são necessárias para a economia reagir ao novo ambiente econômico. Em mais uma referência à necessidade de uma ponte fiscal, o ministro ressaltou que essa ponte será construída com uma economia além dos R$ 80 bilhões do contingenciamento orçamentário anunciado este ano.

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Para Levy, a decisão da agência de classificação de risco teve um viés político. O ministro lembrou que a agência Standard & Poor's rebaixou, em 2011, a nota de crédito dos Estados Unidos, que apresentavam problemas com a dívida e defícit orçamentário."É impossível deixar de lembrar o movimento dessa mesma empresa (Standard & Poor's) lá nos EUA em 2011. Lá havia uma falta de disposição de aumentar a dívida norte-americana. Não se chegava a um acordo entre o Executivo e o Legislatvo. E naquela ocasião essa agência fez uma avaliação política, assim como fez aqui, de que haveria dificuldades para alcançar o objetivo necessário", disse Levy.

De acordo com o Tesouro Nacional, a classificação de risco é uma nota atribuída a um país emissor de dívida por instituição especializada na análise de crédito que avalia a capacidade e a disposição de o país honrar, pontual e integralmente, a dívida.

O rating, destaca o Tesouro, é um instrumento relevante para os investidores, uma vez que fornece uma opinião independente a respeito do risco de crédito da dívida do país.

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