Lideranças religiosas explicam relação entre liberdade religiosa e sucesso da economia

Lideranças religiosas explicam relação entre liberdade religiosa e sucesso da economia

Congresso de Direito Religioso recebeu ministro do STF André Mendonça, ex-prefeito do Rio Marcello Crivella, jurista Yves Gandra Martins e presidente do Unigrejas, Eduardo Bravo

R7

O ministro do Supremo Tribunal Federal André Mendonça participou do congresso

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O 3º Congresso Brasileiro de Direito Religioso voltou a discutir, nesta sexta-feira (4), a importância da liberdade religiosa para a democracia e para a economia do Brasil. Participam do evento, na Universidade Mackenzie, em São Paulo, políticos, líderes religiosos, juristas, membros da sociedade civil e economistas.

O ex-prefeito do Rio de Janeiro e Bispo da Igreja Universal Marcelo Crivella falou sobre como a religião ajuda no desenvolvimento de um país e citou a Suíça como exemplo de sucesso econômico que cresceu com base na religião.

— Um exemplo que eu costumo repetir e é um país que nunca teve guerra. É um país que se tornou uma potência econômica. É um lugar em que as pessoas já nascem em um estado de bem-estar social. Tem lugar para estudar, para ser tratada, tem direito à saúde, tem a posse e herança da família, crença em sua existência, deixam as coisas para seus herdeiros... É a Suíça.

Crivella explicou as razões para a Suíça ser um exemplo de país em que a liberdade religiosa contribui para o sucesso da economia.

— Por que a Suíça se tornou esse modelo? Porque, na época de Calvino, ele dizia: ‘Olha, dizem que é pecado você emprestar dinheiro e cobrar juros. Mas, se você pegar dinheiro emprestado para ganhar mais dinheiro, é justo desde que você pague por isso’. É como se fosse um sócio que te empresta, de tal maneira que os grandes bancos do mundo fizessem as suas sedes lá. Nunca foi atacado por nenhuma guerra porque as fortunas das pessoas e famílias estavam lá. Não precisou participar da União Europeia, da Otan, sei lá for. Não precisou gastar tanto dinheiro com Aeronáutica, com Exército, Marinha, com pesquisa. Absolutamente. Gastou dinheiro com a ciência da medicina, com grandes laboratórios, com perfumes, enfim, a Suíça se tornou um exemplo de que a liberdade religiosa pode construir grandes vantagens econômicas.

Pela terceira vez, o congresso também reuniu nomes importantes do cenário jurídico e político, como o ministro André Mendonça, do STF (Supremo Tribunal Federal). O magistrado, que também é pastor presbiteriano, fez uma palestra sobre a democracia com valores.

— A democracia sem valores é a brutalidade. Uma democracia sem valores é uma sociedade onde o ser humano se desumaniza, e isso não é reconhecido como bom. É por isso que todas as constituições do mundo são impregnadas de valores e que muitos doutrinadores dizem que uma Constituição nada mais é do que a consolidação e a positivação dos valores de uma sociedade.

O jurista Ives Gandra Martins também participou da mesa de discussões. Professor de direito e presidente de honra do IBDR (Instituto Brasileiro de Direito e Religião), Ives falou sobre como as leis e a religião caminham juntas desde o início dos tempos.

— Se nós analisarmos todos os códigos, as leis de Israel, as leis da Índia... direito da religião é a mesma coisa. E nós tivemos na nossa religião, a religião cristã, o Velho Testamento, nós encontramos o direito vinculado à religião.

A sequência de debates e palestras aconteceu no auditório do Mackenzie. O bispo Eduardo Bravo, presidente da Unigrejas (União Nacional das Igrejas e Pastores Evangélicos), também esteve no evento e falou sobre a relação da religião com a democracia.

— É impossível falarmos de liberdade sem citar a liberdade religiosa, que é a liberdade da pessoa expressar a própria fé. Eventos como esse reúnem pessoas que defendem esse princípio de liberdade de a pessoa poder expressar sua fé livremente e é uma luta que temos que manter no Brasil. Porque aqui nós temos a liberdade religiosa e podemos viver e conversar com pessoas de várias religiões e isso tem que ser preservado. Quando se fala de um governo laico, diferente do que muitas pessoas pensam, não é um governo contra a religião, mas um governo que aceita a religião e promove para que todos pratiquem a sua fé.

O 3º Congresso Brasileiro de Direito Religioso começou ontem na Universidade Mackenzie e contou, além das palestras dessa sexta, com outras personalidades da área.

O presidente do IBDR (Instituto Brasileiro de Direito e Religião), Thiago Rafael Vieira, foi um dos participantes, assim como o vice-ministro de Educação do Paraguai, Fernando Griffith; o chanceler da Universidade Mackenzie, o reverendo Robinson Grangeiro;o presidente do IPM (Instituto Presbiteriano Mackenzie), Milton Flavio; e o presidente da AEE (Associação Educativa Evangélica), Augusto Ventura.


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