Liquidações são antecipadas e redes demitem funcionários pelo País

Liquidações são antecipadas e redes demitem funcionários pelo País

Sindicato dos comerciários disse não ter dúvidas de que este ano será o pior do emprego para o setor

AE

Liquidações são antecipadas e redes demitem funcionários pelo País

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Nem mal o inverno começou, as varejistas vão começar a temporada de liquidações para desovar seus estoques. "O termo liquidação perdeu o sentido, considerando que muitas empresas queimam os estoques sempre", observou o economista Fábio Bentes, da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O desempenho de vendas abaixo do esperado em recentes datas comemorativas, como o dia das Mães e dos Namorados, dá indícios de que outras datas importantes para o varejo, como o dia dos Pais, das Crianças e Natal, poderão ser afetadas, afirmou Bentes. "O varejo de modo geral tem sido muito castigado. Não é uma crise, são várias crises", disse Bentes, lembrando que a inflação em alta, a desaceleração da economia e restrição de crédito têm levado a atividade a uma deterioração. "Foi o pior dia das Mães e dos Namorados dos últimos 12 anos", disse.

Em um momento em que o comércio enfrenta seu pior desempenho desde 2003, as companhias intensificaram as demissões e novos ajustes podem ocorrer, segundo fontes. Levantamento feito pelo Sindicato dos Comerciários de São Paulo mostra que a Lojas Marisa foi a que mais cortou pessoal entre janeiro até o dia 15 de junho na região metropolitana de São Paulo. Foram registradas 452 homologações no período, ante 260 feitas no mesmo período do ano passado. A Riachuelo cortou 280 pessoas no mesmo período, 53% acima na comparação com igual período de 2014. Na C&A, foram 330 demissões, ante 225. A Renner foi a única que cortou menos sobre o mesmo período do ano anterior, 121 ante 151.

Em recente entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Ricardo Patah, presidente do sindicato, disse não ter dúvidas de que 2015 será o pior ano do emprego para o comércio dos últimos dez anos. De janeiro a maio, foram homologadas 49.310 demissões no comércio na capital paulista, nos mais variados setores. Em 2014 inteiro foram 121,8 mil rescisões.

De acordo com Bentes, os subsetores do comércio, como revendas automotivas e de materiais de construção, foram os que mais demitiram. Dados divulgados pelo CNC, com base no Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho, mostram que a evolução do emprego no comércio de bens duráveis (móveis e eletrodomésticos, equipamentos e materiais de escritório, e artigos de uso pessoal e doméstico) recuou 0,5% em maio, ante abril, e queda de 0,2% em relação a maio de 2014. O setor de semiduráveis (tecidos, vestuário e calçados) recuou 0,3% em maio ante abril e caiu 1% sobre maio do ano passado. Os não duráveis (alimentos, farmacêutica e higiene pessoal e papelaria) foram os menos afetados. Em maio, tiveram alta 0,1% sobre abril e elevação de 2,9% sobre maio passado.

Leve retomada
De acordo com o Indicador Serasa Experian de Atividade do Comércio, o movimento nas lojas em maio teve ligeiro avanço de 0,6% em relação a abril. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, houve alta de 3,4% na atividade do comércio. No acumulado dos cinco meses do ano, a atividade varejista expandiu 1,6% em relação ao mesmo período de 2014. Já os segmentos de combustíveis e lubrificantes (+1,6%) e de material de construção (+2,4%) registraram aumentos mais significativos no mês passado.

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