Mercado comemora onda conservadora no Congresso

Mercado comemora onda conservadora no Congresso

Partido Liberal (PL), de Jair Bolsonaro, ampliou sua base como a maior bancada da Câmara dos Deputados

AFP

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Os investidores reagiram com grande otimismo, nesta segunda-feira (3), aos resultados eleitorais de domingo, celebrando, em especial, a onda conservadora no Congresso, propensa a defender políticas liberais.

A bolsa paulista subia 4,61%, às 13h1min0, e a cotação do dólar recuava 4,26%, para R$ 5,17, desde o fechamento de sexta-feira (30), no contexto do segundo turno eleitoral entre o presidente Jair Bolsonaro, do PL, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT. As ações ordinárias da Petrobras dispararam, sendo negociadas com uma alta de 8,07%.

Os movimentos do mercado se explicam, porque, "independentemente de quem vai ganhar o segundo turno, seja Bolsonaro ou Lula, vai ter que governar com um Congresso à direita", analisa o economista Igor Macedo de Lucena.

Lula venceu o primeiro turno com 48,43%, abrindo cinco pontos sobre Bolsonaro (43,20%), um percentual longe da vantagem de 14 pontos previstas pelas pesquisas. A disputa será definida em 30 de outubro.

No Congresso, o Partido Liberal (PL), de Bolsonaro, ampliou sua base como a maior bancada da Câmara dos Deputados (de 76 para 99, quase um quinto do total). No Senado, somou oito novas vagas, e conta com 15 do total de 81 cadeiras na Casa.

Os partidos de centro também ganharam mais posições, assim como o PT de Lula, embora menos do que o esperado no caso deste último. Esse equilíbrio de forças poderá reduzir a margem de manobra em um eventual governo do líder de esquerda, que encarna propostas consideradas preocupantes pelo mercado, com políticas favoráveis aos trabalhadores e a um Estado mais forte na economia.

"O mercado entende que, se houver uma vitória de Lula, ele não consegue fazer as mudanças drásticas que ele promete e, mesmo que haja uma vitória do presidente Bolsonaro, ele vai ter uma posição mais favorável do Congresso" para continuar com sua agenda liberal, diz Jason Vieira, economista-chefe da gestora de ativos Infinity Asset Management.

Lula teria, por exemplo, dificuldades em alterar as regras de funcionamento do Banco Central, ou em revisar a reforma trabalhista, exemplifica De Lucena. Os investidores antecipam, por sua vez, "um possível avanço de Bolsonaro, se for reeleito, na agenda de privatizações e infraestrutura, e reformas, como administrativa e tributária", comentou Vieira.

Para manter a liderança e poder governar com a nova composição do Congresso a partir de 2023, "Lula precisa se aproximar de figuras que representem uma política econômica mais moderada", completou.

O apoio a Lula de Henrique Meirelles, presidente do Banco Central em seu governo (2003-2010) e ministro da Economia de Michel Temer (2016-2018), foi bem recebido no setor financeiro. Meirelles é defensor da disciplina fiscal, um dos aspectos da economia que mais preocupam os investidores diante de um possível aumento dos gastos - já elevados - em um eventual governo petista.


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