Mercado de combustível do RS atua com receio de aumento no preço do diesel, diz Sulpetro
Petrobras diz que está entregando todo o volume contratado
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Relatos de restrições e atrasos na entrega de diesel em solo gaúcho foram divulgados pelo Sindicato Intermunicipal do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes no Estado do Rio Grande do Sul (Sulpetro). O problema estaria ocorrendo em diferentes pontos locais e também em outras regiões do país.
Ainda que, segundo os revendedores, a justificativa das distribuidoras tenha sido “adequações e falta do produto na base”, a entidade que representa os postos de combustíveis locais afirma que não há, no momento, risco de um desabastecimento do combustível no Estado.
“Não está faltando, o que está acontecendo é que tem uma sinalização de diferença de preço. O mercado está inseguro”, disse o presidente do Sulpetro/RS, João Carlos Dal’Aqua. Segundo ele, o receio é de um aumento de preço do produto, em função do valor mais alto já praticado fora do país.
“Isso sinaliza que nós estamos com preço diferente do mercado. Então, ou a Petrobras vai bancar a diferença e a conta vem mais tarde ou não vai ter produto”, avaliou Dal’Aqua. Ele afirmou que, até o momento, não houve indicação da estatal sobre alteração nos valores.
Conforme o presidente do Sulpetro, refinarias privadas, em solo gaúcho e em outros estados, se anteciparam. “Essas refinarias já reajustaram o preço do diesel. Quem quer comprar deles tem que pagar o preço. Temos, hoje, uma diferença de quase R$ 0,40”, afirmou Dal’Aqua.
Petrobras ainda não confirma reajuste
Na primeira nota enviada ao Correio do Povo, a Petrobras afirmou que “não reduziu sua oferta de diesel” e que está “cumprindo integralmente suas obrigações junto às Distribuidoras, entregando todo o volume contratado”.
O texto ainda disse que as demandas adicionais podem ser atendidas por outros atores do mercado nacional “que produzem e importam combustíveis com frequência e têm plena capacidade de atender”. No entanto, a estatal disse não ter informação sobre a oferta de produto dos demais agentes.
Em uma segunda nota, após a publicação desta matéria, a estatal comentou sobre o cálculo do preço do diesel, mas sem confirmar se haverá reajuste, nem quando ocorreria. “A companhia segue monitorando os mercados nacional e internacional e, quando necessários, os reajustes de preços serão implementados”, diz a nota, que reforça decisões de preço embasadas em avaliações técnicas e independentes.
O texto ainda atribui a subida nos valores fora do país à incertezas sobre o balanço de oferta e demanda. A Petrobras garante que sempre busca evitar o repasse “da volatilidade conjuntural” nos preços.
Confira a íntegra das notas:
Sobre o abastecimento
A Petrobras não reduziu sua oferta de diesel. A companhia está cumprindo integralmente suas obrigações junto às Distribuidoras, entregando todo o volume contratado.
Importante destacar que o mercado nacional é atendido por diversos atores além da Petrobras (distribuidoras, importadores, refinadores, formuladores), que produzem e importam combustíveis com frequência e têm plena capacidade de atender demandas adicionais.
A Petrobras não tem informação sobre a oferta de produto dos demais agentes que abastecem o mercado.
Sobre o preço do diesel
A Petrobras esclarece que suas decisões de preços são suportadas por avaliações técnicas e independentes, visando uma atuação comercial em equilíbrio com o mercado, evitando, contudo, o repasse da volatilidade conjuntural, mantendo o compromisso com a geração de valor e a sustentabilidade financeira para realização dos investimentos previstos no seu Planejamento Estratégico.
A estratégia comercial da Petrobras, que substituiu a política de preços, usa referências de mercado como o custo alternativo do cliente, e o valor marginal para a Petrobras que é dado pelo nosso planejamento operacional integrado, considerando os custos de oportunidade das diversas alternativas dentre elas, produção, importação e exportação de combustíveis ou de petróleos.
Dessa forma, valendo-se das suas melhores condições de produção e logística, a Petrobras passou a ter mais flexibilidade para atuação comercial e mitigação do repasse da volatilidade externa para os preços internos, proporcionando aos seus clientes períodos de estabilidade de preços, como podemos observar hoje.
As incertezas relativas ao balanço de oferta e demanda global resultaram em um aumento da volatilidade e uma subida abrupta dos preços internacionais nos últimos dias. Portanto, a companhia segue monitorando os mercados nacional e internacional e, quando necessários, os reajustes de preços serão implementados dentro dos parâmetros da sua estratégia comercial.
Adicionalmente, o mercado vem reconhecendo a solidez financeira e operacional da Petrobras. Recentemente, a agência de classificação de risco Fitch elevou a nota de crédito da companhia, acompanhando a nota do Brasil. Isso evidencia que a Petrobras está sendo percebida cada vez mais como um investimento seguro e rentável, com uma gestão que ganha credibilidade pela transparência com a qual tem se dirigido ao mercado.