Mercado de trabalho desacelera e mantém taxa de desocupação, aponta IBGE
Levantamento indica para desânimo ao procurar emprego
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Segundo a pesquisa, divulgada nesta segunda-feira pela seção Mercado de Trabalho da Carta de Conjuntura do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), a acomodação da taxa de desemprego se deve à desaceleração do ritmo de crescimento da população ocupada, que passou de 2,1% no trimestre encerrado em janeiro, para 1,7% em abril. Com o ajuste sazonal, que é um acerto em função da variação de estação, a população ocupada segue praticamente estável desde o início deste ano.
Porém, o desalento – pessoas que desistiram de procurar emprego – cresceu em 2018. A análise explica que o desalento aumentou por causa de uma transição maior de trabalhadores que saíram da ocupação e migraram para o desalento, não passando ou ficando pouco tempo na desocupação.
De acordo com o instituto, a população desalentada é definida como aquela que estava fora da força de trabalho por: não conseguir trabalho por falta de experiência, por ser muito jovem, idosa ou não encontrar trabalho na localidade; e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga. Os desalentados fazem parte da força de trabalho potencial.
No primeiro trimestre desse ano, os desalentados também bateram recorde ao atingirem 4,1 por cento da força de trabalho, a 4,6 milhões de pessoas, 300 mil a mais do que nos três meses anteriores. Dessa forma, não é possível afirmar que o aumento dos desalentados é provocado após um longo período de desemprego. Ainda de acordo com a pesquisa, embora o número de desocupados esteja recuando desde o fim de 2017, o tempo de permanência no desemprego aumentou.
Apesar de registrar queda em dois trimestres consecutivos, o número dos trabalhadores que se mantiveram desocupados durante o primeiro trimestre de 2018 voltou a crescer, atingindo o maior patamar da série. A PNADC também mostra que vem crescendo a proporção de trabalhadores que espera mais de dois anos procurando por um emprego. Em 2015, o percentual era de 17% e saltou para 23% no primeiro trimestre de 2018.
Ocupação por faixas etárias
A pesquisa mostra que a população ocupada com mais de 60 anos cresceu 8% e a de trabalhadores com idade entre 25 e 39 anos aumentou 0,9%. Tais diferenças ficam ainda maiores em relação ao grau de instrução. A ocupação dos trabalhadores com ensino médio incompleto cresceu 10%, enquanto a população ocupada apenas com o ensino fundamental recuou 9%.
Rendimentos
De acordo com a pesquisa, os rendimentos reais seguem a trajetória, iniciada em 2017, e apresentam variações positivas. No último trimestre, encerrado em abril, o rendimento médio real registrou alta de 0,8% em comparação ao mesmo período do ano passado.