Ministro nega intervenção do governo para segurar preços dos combustíveis

Ministro nega intervenção do governo para segurar preços dos combustíveis

Alexandre Silveira afirmou que possível alta maior no petróleo vai mexer nos preços

AE

Petrobras está na lista de empresas que devem ter processo de privatização interrompido

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A Petrobras trabalha "no limite do preço marginal" com os derivados nas suas refinarias e, se tiver uma alta maior do petróleo, vai mexer nos preços, afirmou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Ele declarou que não haverá intervenção do governo para segurar os combustíveis.

"Não vai ter intervenção na Petrobras, mesmo o governo sendo o controlador. Sambemos que isso afasta os investidores. Nós não queremos investidores especulativos, mas de longo prazo", disse em entrevista nesta sexta-feira, 4, à GloboNews, destacando que os diretores respondem com o próprio CPF se derem prejuízo à empresa.

Ele informou que participou de uma reunião na segunda-feira, 31, com o presidente Lula e toda a diretoria da Petrobras, que apresentou o seu plano de investimentos para os próximos anos, e que, em nenhum momento, os executivos sofreram qualquer pressão por parte do governo.

"Em nenhum momento o presidente Lula se dirigiu ao presidente da Petrobras (Jean Paul Prates) para falar sobre segurar preços. O que eles falaram é que estava no limite do preço marginal e, se houvesse um aumento maior de preços (do petróleo e derivados), faria o aumento aqui", afirmou.

Silveira comentou que a queda do lucro da estatal pela metade no segundo trimestre deste ano, em relação há um ano, se deveu a fatores não recorrentes, como venda de ativos.

"O lucro do ano passado (da Petrobras) não é operacional, grande parte é venda de ativos. Na política comandada pelo ministro Paulo Guedes (ex-ministro da Economia) havia um objetivo claro de fazer com ela (Petrobras) o que fizeram com a Eletrobras", disse o ministro, referindo-se à privatização. O modelo de venda da Eletrobras é criticado pelo atual governo.

A Petrobras informou na quinta-feira, 3, que lucrou R$ 28,7 bilhões no segundo trimestre do ano, queda de 47% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, em linha com a expectativa do mercado devido à forte queda do preço do petróleo.

Silveira afirmou que a política de paridade de importação (PPI) não podia ser mantida pela empresa por prejudicar o consumidor, e que até agora nenhum prejuízo foi causado à companhia.

"O que as pessoas têm que entender é que a política da Petrobras mudou, porque temos que reduzir o custo Brasil. Foi importante mudar a política. Havia uma extorsão ao consumidor brasileiro. Não pode ter lucro de R$ 180 bilhões e distribuir tudo para os acionistas. Queremos que a empresa seja lucrativa, mesmo investindo", disse.

O ministro explicou que, na época da PPI, a competitividade interna deixou de ser estimulada, com importadores lucrando alto, o que agora foi interrompido. Ele afirmou que a Petrobras garantirá o suprimento do mercado e não há risco de faltar combustíveis. "Os últimos quatro anos atenderam exclusivamente à indústria de petróleo, e queremos que a Petrobras cumpra também o seu papel social, sem deixar de ser lucrativa", explicou.


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