"Não haverá populismo para ampliar o Bolsa Família", diz Guedes

"Não haverá populismo para ampliar o Bolsa Família", diz Guedes

Ministro da Economia defendeu ampliação do programa assistencial dentro dos limites do teto de gastos

R7

Ministro da Economia defendeu ampliação do programa assistencial dentro dos limites do teto de gastos

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O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta sexta-feira durante o Encontro Nacional do Comércio Exterior (Enaex 2020) que o governo ainda estuda uma forma de ampliar o Bolsa Família após o fim do auxílio emergencial, mas que não fará isso de forma populista.  

"Enquanto essa discussão não estiver reestabelecida, e ela não está, ficamos com o Bolsa Família. No fim do ano, faremos o fading out [retirada gradual] do auxílio emergencial que aterriza no Bolsa Família. E o Renda Brasil, ou Renda Cidadã, está no programa do presidente antes da Covid-19 e foi elaborado dentro das melhores práticas. É um produto evolucionário e, se for possível consolidar dentro dos outros programas, ótimo, mas não haverá populismo. O presidente deixou muito claro na última fala dele. E, por outro lado, temos o nosso compromisso com o teto, queremos essa pressão do teto", disse. Guedes defendeu o teto de gastos ao longo de toda a sua fala no evento. 

"A ideia de furar teto tem tido apelo político. Historicamente, todos os últimos governos permitiram a expansão descontrolada dos gastos públicos que estão subindo há 40 anos no Brasil e causaram todos esses sintomas de mal funcionamento da economia e até da degeneração da política. O teto de gastos é símbolo, bandeira, e acabou virando barreira contra irresponsabilidade. É símbolo e é importante que lutemos para manter o teto. Não queremos furar o teto para gastar mais e ter que aumentar os impostos. Queremos que a pressão do teto ajude a transformarmos o ambiente fiscal brasileiro, criar um novo regime fiscal", defendeu o ministro.

Ao explicar a importância de não furar o teto de gastos ele defedeu conter a participação do governo na economia, o que possibilita a queda de juros e acabou elevando o câmbio com a saída de capital especulativo do país.  "Não queremos aumento da participação do governo na economia. Quando tínhamos juros altos e dólar baixo, isso desistimulava as exportações. Mudamos os preços críticos ao ter uma política fiscal forte e monetária e, com isso, o juro cai e dólar sobe. Com essa nova combinação que vem do controle dos gastos públicos, o que está acontecendo é que exportações continuam muito fortes", afirmou. E concluiu: "O Brasil está virado para a Ásia e queremos fazer a infraestutura transnacional [para aumentar ainda mais exportações]. Quando tínhamos juros baixos e câmbio mais favorável, dávamos [recursos] para um governo bêbado que bebia crédito, e hoje temos uma crise de abstinência."


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