Não houve pressão para capitalizar companhia, diz presidente da Eletrobras

Não houve pressão para capitalizar companhia, diz presidente da Eletrobras

Ferreira Junior também negou que União tenha desistido de investir recursos na Estatal

AE

Ferreira Junior também negou que União tenha desistido de investir recursos na Estatal

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O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior, rechaçou a informação de que tenha havido qualquer pressão do governo para capitalizar a estatal, por meio da operação do aumento de capital anunciada na terça-feira, para gerar recursos à União por meio do pagamento de dividendos, para o fechamento das contas do ano.

"Houve total independência da companhia na proposição para o Conselho de Administração e na aprovação pelo Conselho", disse o executivo, durante teleconferência com analistas e investidores. Ele defendeu que, se o governo efetivamente quisesse os recursos da Eletrobras, seria mais fácil realizar diretamente a capitalização dos cerca de R$ 4 bilhões de Adiantamentos para Futuro Aumento de Capital (AFACs) e com esse recurso pagar os dividendos, alternativa em que a União receberia um volume maior de recursos. "Vamos limpar o balanço, é uma obrigação pendente há muito tempo, em um momento que precisa ser feita, dada a decisão de privatização", disse, referindo-se à obrigação de capitalizar os AFACs transferidos para a Eletrobras até 2016 e dos custos que envolvem a manutenção do passivo.

Além disso, ele destacou que a oportunidade para avaliar pagamento da reserva especial de dividendos, de R$ 2,3 bilhões, refere-se a 2020. Ferreira Junior também negou informações que circularam na imprensa de que a União tenha desistido de injetar recursos na Eletrobras, tendo em vista a caducidade da Medida Provisória 879, que não foi votada pela Câmara e resolvia um imbróglio sobre créditos originalmente detidos pelas distribuidoras privatizadas e que foram repassados à holding para viabilizar a venda dos ativos. Segundo o executivo, a companhia faz jus ao crédito, conforme previsto na lei 13.299. "A expectativa é que essa questão seja tratada no projeto de lei da privatização", comentou.

Recálculo de valor por ação

O presidente da Eletrobras ainda afirmou que a companhia não vai recalcular o valor por ação proposto na operação de aumento de capital anunciada pela companhia. O preço indicado para a emissão de novas ações é de R$ 35,72 por ação ordinária e R$ 37,50 por ação preferencial classe "B", o que tem sido questionado por analistas e investidores. A companhia justificou que o valor foi definido com base em uma média ponderada das respectivas cotações das ações de emissão da Companhia verificadas no fechamento dos últimos 30 pregões da B3 anteriores à 7 de outubro de 2019 (inclusive), em relação ao preço médio ponderado pelo volume de ações negociadas no período, e considerando-se o deságio aplicado de 15%.

Ferreira Junior salientou que notícias sobre resistência à privatização e outras também negativas para a empresa pesaram nos papéis desde meados de setembro, e comentou que algumas medidas positivas para a companhia ainda não tinham sido devidamente precificadas pelo mercado, como o novo plano de demissão consensual (PDC), que tem economia estimada de R$ 510 milhões por ano, o acordo sobre o desligamento de tercerizados de Furnas, com economia estimada de R$ 280 milhões anuais, e recentes avanços em projetos da companhia. O presidente da Eletrobras destacou que somente o Termo de Liberação Definitiva dos bipolos 1 e 2 do Complexo do Madeira adicionará receita anual de R$ 71 milhões por ano. "Esse aumento vira diretamente Ebitda", comentou.

Além disso, ele salientou que, entre o terceiro e quarto trimestres, entram em operação novos projetos que agregarão cerca de R$ 3,16 bilhões por ano, com impacto nos resultados a partir do ano que vem. Dentre esses projetos estão as hidrelétricas de Belo Monte, Sinop, o projeto eólico de Fortim, o empreendimento de transmissão Mata de Santa Genebra, entre outros. Ele também comentou que a companhia deve divulgar o balanço do terceiro trimestre antes da assembleia de acionistas que avaliará a operação, marcada para o dia 14. Isso, segundo Ferreira, também deve contribuir para a melhor avaliação da operação. 


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