Nissan confirma votação unânime para afastar Ghosn da presidência

Nissan confirma votação unânime para afastar Ghosn da presidência

CEO é suspeito de fraude fiscal e má conduta financeira

AFP

Ghosn entrou na Nissan em 1999

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O conselho administrativo da Nissan votou por unanimidade a demissão de Carlos Ghosn como presidente, informou a empresa japonesa em um comunicado nesta quinta-feira, após a prisão do reverenciado executivo por suspeita de fraude fiscal e má conduta financeira. "Depois de analisar um relatório detalhado da investigação interna, a diretoria votou por unanimidade para dispensar Carlos Ghosn como presidente do conselho", afirma o comunicado.

A reunião aconteceu na sede do grupo, em Yokohama, com duração de cerca de duas horas. A portas fechadas, seis homens e uma mulher decidiram o destino do até agora CEO da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi Motors. Ghosn permanece em silêncio em uma cela de um centro de detenção da capital japonesa.

De acordo com uma fonte próxima à diretoria do grupo, qualquer outro cenário seria improvável. "A proposta não seria submetida à votação se existisse qualquer dúvida", declarou. Hiroto Saikawa, diretor executivo da montadora desde abril de 2017, coordenou os debates.

A princípio um substituto interino será designado, provavelmente Saikawa, que já foi o braço direito de Ghosn, mas que criticou o executivo duramente na segunda-feira. Além disso, a Procuradoria deve conceder uma entrevista coletiva.

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As revelações sobre as atividades do executivo de 64 anos não param de ser divulgadas pela imprensa nipônica. Oficialmente, o franco-brasileiro de origem libanesa é acusado de ter, ao lado de cúmplices, "minimizado seus rendimentos em cinco oportunidades entre junho de 2011 e junho de 2015", declarando ao fisco uma renda de 4,9 bilhões de ienes (37 milhões de euros), ao invés de quase 10 bilhões de ienes.

O empresário também é suspeito de abuso de bens sociais, de acordo com uma investigação interna da Nissan nos últimos meses. Na quarta-feira, um tribunal distrital de Tóquio prorrogou por dez dias a detenção para permitir a continuidade das investigações.

O período pode voltar a ser ampliado, de acordo com as regras do sistema judicial japonês. A Mitsubishi Motors (MMC) também prevê a demissão de Ghosn em um conselho na próxima semana. Na Renault prevalece a prudência.

O conselho de administração pediu a Nissan que transmita o "conjunto das informações que possui no âmbito das investigações internas contra Ghosn". A montadora francesa nomeou Thierry Bolloré, número dois da empresa, para assumir o posto de Ghosn de forma interina.


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