OAS reduz construtora pela metade e carteira de projetos passa a R$ 11 bilhões

OAS reduz construtora pela metade e carteira de projetos passa a R$ 11 bilhões

Expectativa é de obter entre R$ 1,7 bilhão a R$ 2,5 bilhões com venda de ativos, todos fora do ramo da construção

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O grupo OAS, envolvido na Operação Lava Jato e em recuperação judicial, iniciou nesta quarta-feira uma série de reuniões com credores para apresentar um primeiro plano de como recuperar a companhia, envolta em uma dívida de R$ 8 bilhões. De largada, a empresa já informa que a receita da construtora foi reduzida à metade. A carteira de contratos que era de R$ 21,8 bilhões passou a R$ 11 bilhões.

Nas estimativas traçadas pela empresa, a expectativa é de obter entre R$ 1,7 bilhão a R$ 2,5 bilhões com a venda de ativos, todos fora do ramo da construção, entre eles a Invepar, dona da concessão do aeroporto de Guarulhos. Outro ponto é um crescimento médio de 9% ao ano, a partir de 2016. Informa também que não fez qualquer provisão para processos da Lava Jato ou mesmo estimou possíveis perdas.

Alguns credores avaliaram que a empresa pode estar "otimista demais" com o crescimento estimado e ainda com os valores que poderá obter com a venda de ativos. Um dos pontos que também preocupou foi o fato de não haver nenhuma estimativa de potenciais perdas com eventuais multas de órgãos governamentais e do próprio Ministério Público em função da Lava Jato. Os principais executivos da empreiteira estão presos. Até agora não fizeram nenhum acordo de delação ou confirmaram pagamento de propinas.

O diretor Diego Barreto, que está à frente do processo de recuperação, diz que, desde janeiro, uma consultoria internacional analisa todos os contratos para verificar possíveis irregularidades. Esse trabalho ficará pronto em um mês e, segundo a diretoria, servirá para balizar contratos futuros.

A empresa também anunciou mudanças na estrutura administrativa: oito diretorias foram eliminadas e os acionistas do grupo não poderão mais exercer cargo executivo, restringindo sua atuação ao conselho de acionistas. No processo de reestruturação, 140 funcionários da sede administrativa foram demitidos e outros 15 mil postos, de 110 mil no total, foram eliminados na medida em que obras foram sendo finalizadas.

Dos 85 contratos que tinha em carteira, cinco foram repassados a terceiros e em um deles o parceiro da obra assumiu o controle. A empresa não quis informar que obras foram afetadas. Outros nove contratos tiveram prazos alongados ou o escopo da obra reduzido. Com isso, a carteira da empresa foi reduzida à metade. A receita relativa a esses contratos termina em sua maior parte até 2017. Dentre as obras que permaneceram na carteira do grupo está a usina hidrelétrica de Belo Monte, um dos maiores contratos em curso.

Caixa

De março a maio, o grupo conseguiu economizar R$ 500 milhões que deveriam sair de seu caixa, basicamente com renegociação de prazo de crédito de capital de giro e fornecedores e ainda de contratos. Barreto disse que será preciso um financiamento de R$ 800 milhões, além do que pode entrar na empresa com a venda de ativos, para que o processo de recuperação judicial entre em curso. O empréstimo está sendo negociado, segundo ele, com diversas fontes de financiamento.

Sem levar em conta dívidas ou potenciais multas, a empresa estima que, em 2016, voltará a ganhar novos contratos entre R$ 2 bilhões a R$ 3,5 bilhões. A partir de 2017, estes valores poderiam ser de R$ 5,6 bilhões por ano.


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