Pandemia e petróleo ameaçam derrubar economia russa em 2020

Pandemia e petróleo ameaçam derrubar economia russa em 2020

PIB do país deve ter contração entre 4% e 6%

AFP

Vital para a economia russa, peço do petróelo caiu significativamente

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A economia russa se prepara para uma contração de até 6% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, depois que as esperanças de recuperação foram frustradas pela crise global causada pela pandemia de novo coronavírus e pela queda dos preços do petróleo.

Desde a introdução das medidas de confinamento em 28 de março na Rússia, a atividade econômica e a demanda estão paralisadas. Altamente dependente das exportações de petróleo, a Rússia é bastante afetada pela crise sem precedentes no mercado de petróleo.

Para este ano, o Banco da Rússia prevê uma contração no PIB entre 4% e 6%, antes de crescer novamente entre 2,8% a 4,8% em 2021, e entre 1,5% e 3%, em 2022."A epidemia interrompeu o ritmo da vida econômica e comercial na Rússia", declarou, nesta sexta-feira, o presidente Vladimir Putin.

No dia anterior, o presidente havia declarado que a pandemia "ameaça principalmente a vida e a saúde" das pessoas, mas também tem um impacto "muito perigoso" na economia.

Segundo as previsões do Banco da Rússia, o preço médio de um barril de petróleo "Ural" será de cerca de 27 dólares este ano, um nível baixo para dar partida no motor da economia russa, antes de subir para 35 dólares, em 2021, e 45 dólares, em 2022.

A entidade monetária alerta que, desde sua última reunião em março, "a situação mudou radicalmente", devido ao impacto muito negativo na economia das medidas de confinamento na Rússia e no mundo e pela "queda na demanda externa e o declínio nos preços do petróleo e de outros produtos de exportação".

Em 2020, as vendas russas no exterior cairão para 250 milhões de dólares, em comparação com os 419 milhões de dólares no ano passado, prevê a entidade. A queda esperada no PIB este ano é "mais importante do que em 2014, mas menor do que em 2008", comentou em comunicado Tatiana Evdokimova, economista-chefe para a Rússia do Banco Nordea, comparando a situação às duas últimas grandes crises vividas pelo país.

"O ritmo da recuperação econômica vai depender, em grande parte, da quantidade e da eficácia das medidas do governo e do Banco da Rússia para mitigar os efeitos da pandemia", alerta o banco central, que reduziu em 0,5% sua principal taxa de juros, de 5,5%, e sugeriu que haverá outros cortes nas próximas reuniões.


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