Para Guedes, PIB terá alta de até 4%, e Brasil pode se tornar potência

Para Guedes, PIB terá alta de até 4%, e Brasil pode se tornar potência

Ministro diz que guerra na Ucrânia beneficia o país, que tem capacidade de atender à demanda de energia e de alimentos

R7

Paulo Guedes, ex-ministro da Economia

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Mesmo com a atual política de aperto monetário, o ministro da Economia, Paulo Guedes, estima que o país pode ter crescimento de até 4% no PIB (Produto Interno Bruto) em 2022, conforme afirmou nesta segunda-feira. No mesmo dia, um pouco mais cedo, a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) havia anunciado sua nova projeção para o crescimento econômico do Brasil em 2022, menos otimista que a do ministro, de 2,5%.

Guedes, que participava do evento Perspectivas para a Economia Brasileira, organizado pelo Fórum Empresarial da Bahia, em Salvador, também falou sobre a taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, e a comparou com um "freio de mão puxado". Na semana anterior, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decidiu manter a taxa em 13,75%, interrompendo o ciclo de 12 altas seguidas.

"Preferimos crescer mais moderado, mas com equilíbrio fiscal. O fiscal está forte, a política monetária, a mesma coisa. Com o 'freio de mão puxado', vamos crescer de 3,5% a 4% (do PIB)", disse o ministro.  Guedes ainda questionou: "Como o Brasil não vai crescer?". Para ele, com o conflito entre Rússia e Ucrânia, o Brasil pode emergir como potência mundial, principalmente por causa da energia. O ministro lembra que foi o que aconteceu com os Estados Unidos após as duas guerras mundiais, e diz que o país oferece o que outras nações procuram: segurança energética e alimentar. 

"O Brasil é a fronteira dos novos investimentos. Vamos receber uma avalanche de investimentos para segurança energética. Aqui no Nordeste, tem umas 10 Itaipus para fazermos nos próximos anos em energia eólica, além da exportação de hidrogênio verde, que é a energia do futuro." Guedes avalia que o prolongamento do conflito pode aumentar a percepção internacional sobre a importância do Brasil para a segurança energética e alimentar no mundo. "Essa guerra lá fora vai durar mais tempo, e vai ter muita turbulência se resolverem seguir com ela", analisa.  

Em relação à economia interna, o ministro voltou a dizer que, caso se reeleja, o presidente Jair Bolsonaro pretende extinguir o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) que, segundo ele, "é um imposto de desindustrialização em massa".

Tom eleitoral e limites entre os poderes

Em mais uma fala com tom eleitoral, o ministro acusou a oposição de fazer militância e de tentar boicotar a gestão Bolsonaro. "Nosso governo foi atacado de manhã, de tarde e de noite, três anos e meio. É a crise de abstenção de quem não está mais no poder, depois de 30 anos".

Ele defende ter feito mudanças na estrutura da economia brasileira, afirma que este é o primeiro governo a passar por uma eleição com Banco Central independente, e nega que Bolsonaro seja populista: "Nosso governo é popular." Em meio aos ataques do presidente Jair Bolsonaro ao processo eleitoral, Guedes diz acreditar na democracia, mas repete o discurso do chefe do Executivo, de que é preciso respeitar as "quatro linhas da Constituição". "Tem que ter limites; o seu poder vai até onde começa o do outro. Quando alguém sai das quatro linhas (da Constituição), se um juiz sai das quatro linhas, descredencia o STF", comenta.

Voucher para Educação

O ministro da Economia também falou sobre educação. Disse que, para os estudantes de baixa renda que querem ingressar no Ensino Superior, em vez de conceder empréstimo como o do Fies (Fundo de Financiamento Estudantil), programa do Ministério da Educação, prefere dar voucher (um tipo de vale ou título que corresponde a um crédito para despesas futuras) .

"Ora, a pessoa frágil está na periferia, nem conseguiu terminar o curso, e está devendo dinheiro? Eu prefiro dar o voucher, voucher é muito melhor que empréstimo. Prefiro dar empréstimo para classe média", afirma.

Guedes ainda afirmou que o atual governo deu "chuva de dinheiro" para o micro e o pequeno empresário, e defendeu a diminuição dos tributos da indústria. Ele disse, no entanto, que o setor quer 'empurrar' a conta da redução dos impostos para o comércio.


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