Pessimismo sobre economia permeia abertura do Fórum de Davos

Pessimismo sobre economia permeia abertura do Fórum de Davos

Evento, que terá duração de cinco dias, será inaugurado oficialmente à tarde

AFP

Participantes debatem sobre expectativas em relação à economia mundial

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O pessimismo sobre o futuro econômico deu o tom do debate sobre o estado do capitalismo, realizado na abertura do Fórum Econômico Mundial nesta quarta-feira na cidade suíça de Davos. O evento será inaugurado oficialmente à tarde pela chefe do governo alemão, Angela Merkel.

Desemprego, oportunidades para os jovens, os mais afetados pela falta de emprego, desigualdade, competitividade ou inovação marcaram a sessão de abertura do fórum que busca reformar o capitalismo.

Esse mesmo capitalismo, que levou desenvolvimento ao mundo, em particular à Europa - derrubada agora pela crise da dívida e por uma profunda recessão -, tem gerado um mar de oportunidades para o mundo emergente, liderado por Brasil, China e Índia.

"Se formos ao Brasil, teremos uma visão muito diferente de onde está o mundo, assim como se formos à Índia", disse o diretor-executivo da Alcatel-Lucent, Ben Verwaayen.

Para David Rubenstein, co-fundador e diretor do fundo de investimentos americano Carlyle - que acaba de pagar um total de 134 milhões de dólares em dividendos ao término de um excelente ano para sua firma -, o que o Ocidente tem que fazer é reconhecer que "temos alguns problemas graves".

"Creio que teremos de três a quatro anos para melhorar o modelo econômico vigente e, se não o fizermos, rapidamente perderemos a oportunidade de competir com o capitalismo do mercado emergente ou capitalismo de Estado", afirmou.

Para Verwaayen, a globalização significa que, mesmo que os governos tomem decisões a nível nacional, a "realidade é que a maioria das decisões será gerada a nível regional ou a nível global".

"Temos que redesenhar esse modelo" e "parar com a avareza que prevaleceu no sistema atual", disse Sharan Burrow, secretária-geral da Confederação Sindical Internacional (ITUC), após recordar que há mais de 200 milhões de pessoas sem emprego no mundo e 45 milhões que entram no mercado de trabalho a cada ano.

Burrow acusou os mercados financeiros de "assassinar" a economia real e os bancos de serem os "maiores assassinos do planeta".

O professor de Finanças da Universidade de Chicago, Raghuram G. Rajam, ressaltou a necessidade de reformar os bancos para que estes não acreditem que são muito grandes para quebrar.

A situação econômica da Europa e do Planeta será esmiuçada nesta 42º edição do Fórum, que reúne a nata da política e das lideranças econômicas do mundo em Davos.

A chefe do governo alemão, Angela Merkel, será a encarregada de inaugurar oficialmente o Fórum a partir das 16h30min GMT (14h30min de Brasília), após as palavras do fundador, Klaus Schwab.

A partir desta reunião, que conta com cerca de 2,6 mil participantes, o novo termo para definir o risco global para 2012 é "distopia", ou "antiutopia", em oposição à utopia, e pode ser entendido como a "desilusão" gerada pelo distanciamento do estado de bem-estar e os indicadores econômicos.

Em Davos não apenas a economia será debatida nos cinco dias de evento. Nas dezenas de debates diários que oferece a agenda, a maioria deles fechados à imprensa, serão abordados também temas como gestão energética, segurança, novas lideranças, a criatividade no trabalho e a mente e a máquina.

Vários chefes de Estado e de governo comparecerão, entre eles o mexicano Felipe Calderón, o peruano Ollanta Humala e o panamenho Ricardo Martinelli.

Estarão presentes, ainda, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, o presidente israelense, Shimon Peres, e o secretário americano do Tesouro, Timothy Geithner.

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