PIB do 2º trimestre deve ficar entre 0% e 0,2%, aponta Serasa

PIB do 2º trimestre deve ficar entre 0% e 0,2%, aponta Serasa

Sem repetir evolução do 1º trimestre, economia brasileira ainda sente impacto da instabilidade do país

AE

Sem repetir evolução do 1º trimestre, economia brasileira ainda sente impacto da instabilidade do país

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A economia brasileira assimilou de fato o impacto, no campo político, desferido contra o presidente Michel Temer pelo empresário dono da J&F, Joesley Batista, afirmou nesta quarta-feira, em transmissão ao vivo pelo Twitter, o economista-chefe da Serasa Experian, Luís Rabi.

A variável que melhor quantifica este impacto é a medida de crescimento da economia (PIB) que cresceu 1% no primeiro trimestre e que somente avançará algo entre 0% e 0,2% de abril a junho, de acordo com previsão da Serasa Experian informada por Rabi durante a transmissão.

A divulgação do áudio de conversa entre Joesley Batista e o presidente Temer foi divulgada em 17 de maio e não foi captada pelos indicadores econômicos dos primeiros três meses do ano. Mas será perceptível nos dados das contas nacionais no período de abril a junho.

Segundo Rabi, o episódio rompeu o processo de racionalidade que o impeachment da presidente Dilma Rousseff introduziu na política econômica. Para ele, a economia de um modo geral estava dando sinais de recuperação. Para ele, o crescimento do PIB no primeiro trimestres teve muito da contribuição da agricultura. "Mas não era só a agricultura. Alguns outros setores mostravam sinal de vida", disse o economista, acrescentando que o segmento de bens duráveis, por exemplo, se expandiu à razão de 0,5% no primeiro trimestre.

Produção de veículos com crescimento de 3,5% foi outro exemplo pontuado por Rabi como indicador de que a economia estava correndo na direção certa antes do advento da gravação da JBS. "As exportações cresceram bastante no primeiro trimestre, o mercado de trabalho começava a recuperar parte dos postos destruídos e víamos vários segmentos numa tentativa de recuperação", lembrou Rabi. Enquanto isso, continuou ele, a manutenção da trajetória cadente da inflação e o câmbio estável abriam espaço para o Comitê de Política Monetária (Copom) cortar juros.

"Aí vieram as gravações que impactaram os mercados", disse o economista, observando que na esteira da instabilidade decorrente o risco Brasil aumentou 50 pontos-base, para 250 pontos, e o dólar subiu de R$ 3,15 para R$ 3,40. O mercado futuro que baliza a curva de juros no futuro subiu, com a taxa DI para janeiro de 2021 saltando de 9,5% para 11,39% no dia 18 de maio, no day after da divulgação da gravação. "A economia real sentiu esse efeito. Tanto que as vendas do Dia das Mães em maio cresceram 2% sobre a mesma em 2016 e as vendas do Dia dos Namorados junho caíram 0,3%, neutralizando a tendência de crescimento que começava a se fortalecer no varejo", disse.

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