PIB do RS cai 3,5% no segundo trimestre de 2022

PIB do RS cai 3,5% no segundo trimestre de 2022

Afetada pela estiagem, agropecuária foi a principal responsável pela baixa

Correio do Povo

Soja sob estiagem

publicidade

A economia gaúcha registrou queda de 3,5% no segundo trimestre de 2022 em relação ao primeiro trimestre, na série com ajuste sazonal. Quando a comparação é feita com o segundo trimestre de 2021, os dados do Produto Interno Bruto (PIB) mostram uma retração de 11,5%. Nos dois casos, as taxas do Rio Grande do Sul ficaram abaixo do desempenho registrado no Brasil (+1,2% e + 3,2%, respectivamente). Os resultados foram divulgados nesta segunda-feira pelo Departamento de Economia e Estatística, vinculado à Secretaria Estadual de Planejamento, Governança e Gestão (DEE/SPGG).

Afetado pela estiagem, o setor agropecuário apresentou queda de 38,3% no segundo trimestre em relação ao primeiro e de 65,6% quando comparado com o período de abril a junho de 2021, pior resultado para o setor desde o início da série histórica, em 2002. Destaca-se a redução na produção de Soja (-54,3%), Arroz (-31,6%) e Milho (-9,8%) no período. Já a Indústria obteve resultados acima dos do país nas duas bases de comparação e o setor de Serviços registrou desempenho acima do nacional quando comparado com o primeiro trimestre de 2022.

"O resultado negativo do segundo trimestre já era esperado, uma vez que a maior parte da produção agrícola, bastante afetada pela estiagem que ocorreu no Estado nos primeiros meses do ano, é computada nesse período para o cálculo do PIB. Com a base alta do ano passado, a agropecuária sofreu a maior queda trimestral da série histórica. Seus efeitos no PIB gaúcho não foram maiores porque Indústria e Serviços, sobretudo o Comércio, tiveram desempenhos bons no período", destacou Vanessa Sulzbach, chefe da divisão de Análise Econômica e diretora adjunta do DEE.

"Isso tudo nos dá um grande alerta também sobre meio ambiente e preservação, precisamos manter o nível hidrográfico das nossas bacias para poder manter a produção", complementou o secretário Claudio Gastal, da SPGG.

Com exceção da Agropecuária, os demais segmentos da economia apresentaram resultados superiores ao do país na comparação com o primeiro trimestre de 2022. A Indústria apresentou alta de 3,0%, contra 2,2% do Brasil, na série com ajuste sazonal, resultado puxado pelas áreas de Eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (+18,4%) e Construção (+4,3%), enquanto a Indústria de Transformação, a mais significativa da economia gaúcha, obteve alta de 1,7%, a mesma do país. Nos Serviços, o crescimento no Estado foi de 1,6% (1,3% no Brasil), impulsionado pelo Comércio (+6,9%), que se destacou em relação ao desempenho do setor no nível nacional (1,7%).

“É importante olharmos também o lado positivo, do crescimento da indústria, do comércio e da construção civil. É retomada da atividade econômica, do emprego. Temos que olhar o filme e não a fotografia”, afirmou Gastal. O governo crê muito difícil recuperação ainda neste ano, mas não faz projeções para o próximo trimestre.

No acumulado do primeiro semestre de 2022, a queda no PIB do Estado foi de 8,4% na comparação com o mesmo período do ano anterior, enquanto no país a alta foi de 2,5%. No acumulado em quatro trimestres, o PIB do Rio Grande do Sul apresentou queda 2,4%, enquanto no país o resultado foi positivo em 2,6%.


Empreendedor criou negócio para oferecer a receita ‘perfeita’ de xis em Porto Alegre

Quinta unidade inaugurada desde 2020 tem no cardápio lanches, petiscos e pratos

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895