PIB do RS cresce no primeiro trimestre e perspectiva para os próximos meses não está clara

PIB do RS cresce no primeiro trimestre e perspectiva para os próximos meses não está clara

O PIB gaúcho cresceu 4,1%, sendo puxado pela agropecuária, com 59,1%. No Brasil, a alta foi de 0,8% com crescimento de 11,3% no agro

Paula Maia

Divulgação do PIB do RS relativo ao 1º trimestre de 2024. Martinho Lazzari (D), pesquisador DEE

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O Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul registrou um crescimento de 4,1% no primeiro trimestre de 2024, impulsionado pelo avanço no setor agropecuário, que expandiu em 59,1%. Já o crescimento econômico do Brasil no mesmo período foi de 0,8%, com um aumento de 11,3% na agropecuária. Os dados não apresentam o impacto da enchente de maio, que alterou completamente o cenário econômico gaúcho e ainda não trouxe uma perspectiva clara das consequências.

Os números referentes aos primeiros meses do ano foram divulgados, nesta terça-feira, pelo Departamento de Economia e Estatística, vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (DEE/SPGG). O pesquisador Martinho Lazzari revelou os dados ao lado do secretário adjunto da SPGG, Bruno Silveira, da subsecretária de Planejamento, Carolina Scarparo, e do diretor do DEE, Pedro Zuanazzi.

Antes das enchentes, a previsão de crescimento para o ano era entre 4,5% e 5%, mas as expectativas agora apontam para uma queda, impactando negativamente a recuperação econômica alcançada até então.

Em comparação com o primeiro trimestre de 2023, a economia gaúcha apresentou um crescimento de 6,4%, enquanto o Brasil cresceu 2,5% no mesmo período.

Zuanazzi ressaltou que o impacto das enchentes é heterogêneo, com destaque para as consequências mais severas na indústria, que havia registrado um crescimento de 0,5% e apresentava boas perspectivas, mas agora enfrenta desafios significativos para retomar suas operações devido aos danos à capacidade produtiva. O pesquisador Lazzari observou que o aumento no setor agropecuário, no primeiro trimestre, não será suficiente para compensar as quedas previstas.

Indústria em crescimento

Na indústria, as quatro atividades que compõem o segmento apresentaram alta – entre elas a indústria de transformação, a principal do setor, com expansão de 0,1%; a atividade de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (0,4%); a construção (0,2%); e a indústria extrativa (1,5%), a de menor representatividade industrial no RS.

A alta de 2,6% entre janeiro e março foi influenciada principalmente pela atividade de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana, com crescimento de 40,7%. “A estiagem registrada nos primeiros meses de 2023 restringiu a produção de energia hidroelétrica, o que impactou no resultado econômico da área. As chuvas dentro da normalidade no início deste ano reverteram o quadro”, explica Lazzari.

Nos serviços, o destaque positivo ficou por conta do comércio, com crescimento de 3,5% no primeiro trimestre de 2024 em relação aos últimos três meses do ano passado. As atividades de transportes, armazenagem e correio (1,5%) e serviços da informação (1,3%) também avançaram, enquanto a atividade de intermediação financeira e seguros foi a única do segmento a apresentar queda (-1,7%).

Lavouras

O crescimento nas lavouras de soja (71,2%) e de milho (26,4%), ambas afetadas pela estiagem em 2022 e 2023, puxaram a alta da agropecuária no primeiro trimestre de 2024 na comparação com o mesmo período do ano passado. Entre as principais culturas agrícolas do trimestre no Estado, o arroz também teve avanço na produção (4,3%), enquanto o fumo (-2,6%) e a uva (-22,2%) registraram queda.


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