PIB do RS registra queda de 2,8% no terceiro trimestre de 2022

PIB do RS registra queda de 2,8% no terceiro trimestre de 2022

Indústria foi o principal destaque positivo no acumulado do ano, com alta acima da observada no país (+6,2% contra +2,8%)

Felipe Samuel

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A economia do Rio Grande do Sul registrou queda de 2,8% no terceiro trimestre de 2022 em relação ao mesmo período de 2021, puxado principalmente pelo fraco desempenho da Agropecuária, que despencou 34,7% ante o mesmo trimestre do ano passado. Na comparação com segundo trimestre deste ano, o Produto Interno Bruto (PIB) apresentou crescimento de 1,3% no terceiro trimestre de 2022, já ajustado sazonalmente. Os resultados da economia gaúcha no terceiro trimestre foram divulgados nesta quinta-feira pelo Departamento de Economia e Estatística, vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (DEE/SPGG).

No acumulado do ano, de janeiro a setembro de 2022, a queda no PIB do Estado é de 6,6%, enquanto no Brasil a alta é de 3,2%. Em relação ao mesmo trimestre do ano passado, entre as grandes atividades, a Indústria (+6,2%) e os Serviços (+3,1%) apresentaram crescimento. A indústria foi o principal destaque positivo nesta base de comparação, com alta acima da observada no país (+6,2% contra +2,8%). Todas as atividades industriais registraram alta: eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (+16,3%), construção (+6,1%), indústria de transformação (+4,2%) e indústria extrativa mineral (+2,3%).  

Com maior peso no Valor Adicionado Bruto (VAB), que é o PIB menos o valor dos impostos, da indústria, a Indústria de transformação viu seu resultado puxado pelo desempenho das atividades de máquinas e equipamentos (+17,5%), fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias (+33,0%), produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (+7,8%) e couro, artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (+11,6%). Entre as principais baixas ficaram as atividades de fabricação de produtos químicos (-13,9%), produtos de metal (-9,8%), metalurgia (-17,2%) e fabricação de móveis (-11,8%).

Nos Serviços, o crescimento de 3,1% foi sustentado pelas atividades de Serviços de informação (+10,3%), Outros serviços (+7,0%) e Comércio (+6,6%). Entre as 10 principais atividades comerciais, quatro registraram alta, com destaque para Hipermercados e supermercados (+5,4%), Combustíveis e lubrificantes (+47,8%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria,  cosméticos (+5,0%) e Livros, jornais, revistas e papelaria (+20,2%). Materiais de construção (-10,5%), Comércio de veículos (-7,5%) e Vendas de móveis e eletrodomésticos (-12,8%) tiveram as quedas mais representativas do período em relação ao ano anterior.  

Os dados do trimestre que vai de julho a setembro apontam que o Estado teve desempenho superior ao Brasil (+0,4%) na comparação com os três meses anteriores e números abaixo dos do país quando a referência é o mesmo período do ano passado (-2,8% contra +3,6%). Chefe da Divisão de Análise Econômica do DEE, o economista Martinho Lazzari destaca o avanço da indústria e dos serviços. “Após a passagem dos principais efeitos da estiagem sobre a agropecuária, a economia gaúcha voltou a crescer no terceiro trimestre do ano, impulsionada pelos desempenhos positivos da indústria e dos serviços”, ressalta.  

Lazzari observa que os números do terceiro trimestre vêm na sequência de um primeiro semestre marcado pelos “fortes efeitos” da estiagem. “Houve impacto severo sobre todos os setores da economia”, destaca. Conforme Lazzari, na comparação do terceiro com o segundo trimestre do ano, na série com ajuste sazonal, o RS registrou alta nos três segmentos, sendo a mais expressiva na Agropecuária (+41,8%), seguida da Indústria (+1,3%) e dos Serviços (+0,9%). Na Indústria de Transformação, o crescimento no período foi de 0,6% (+0,1% no Brasil), enquanto as atividades de Eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana tiveram alta de 1,2% (+0,6% no país).

Lazzari reforça que a maior parte dos reflexos da estiagem já foram contabilizados. “No quarto trimestre, a econcomia vai trabalhar num ritmo melhor do que está trabalhando”, projeta. Ele afirma que falta de chuvas atingiu em cheio alguns setores da agricultura, como o milho, que tem risco mais elevado de perdas para o próximo ano. Por outro lado, Lazzari destaca que se espera bom desempenho do cultivo de soja.

Ao apresentar os dados referentes a Serviços, Lazzari salienta que as atividades ligadas ao Comércio obtiveram desempenho positivo (+1,5% contra -0,1% do país). No acumulado de três trimestres em 2022, a queda de 6,6% no PIB do RS em relação ao mesmo período de 2021 é explicada especialmente pela baixa na Agropecuária (-50,5%). Indústria (+3,1%) e Serviços (+3,2%) registraram altas entre janeiro e setembro. Na taxa acumulada dos últimos quatro trimestres, a economia do Estado teve variação negativa de 4,2%. No país, a alta foi de 3,0%.


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