Pico de inflação em 12 meses deve ocorrer em abril, prevê Banco Central

Pico de inflação em 12 meses deve ocorrer em abril, prevê Banco Central

Analistas do mercado financeiro estimam novas altas do IPCA em março e abril e apostam em deflação do índice no mês de maio

R7

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central

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O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, voltou a prever nesta quarta-feira (23) que o pico da inflação em 12 meses ocorrerá em abril deste ano, com o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) voltando a recuar a partir de então.

De acordo com os analistas de mercado ouvidos semanalmente pelo BC no Boletim Focus, a inflação deve ter alta de 0,99% em março e 0,88% em abril. Para maio, porém, os economistas esperam uma deflação de 0,2%.

"Falando em inflação brasileira, devemos chegar ao pico em abril e voltar a cair. Estimamos que o número de curto prazo seja até um pouco mais alto do que tínhamos imaginado inicialmente", afirmou, em seminário sobre regras fiscais organizado pelo TCU (Tribunal de Contas da União) e pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).

Campos Neto enfatizou que o Brasil tem se diferenciado de outros países no combate à inflação, com um movimento mais forte de aperto monetário. Na semana passada, o Copom (Comitê de Política Monetária) elevou a Selic (a taxa básica de juros) em 1 ponto porcentual, para 11,75% ao ano e indicou uma nova alta de mesma magnitude na reunião de maio.

"O Brasil tem sido mais atuante em uma inflação que entendemos ser mais persistente. A inflação contaminou os núcleos e hoje está acima da meta em serviços, comércio e indústria. Precisamos endereçar esse problema com serenidade e firmeza", completou o presidente do BC.

Na véspera da divulgação do RTI (Relatório Trimestral de Inflação) com novas projeções do BC para o PIB (Produto Interno Bruto) deste ano, Campos Neto adiantou que a instituição está com um número melhor que o do mercado para a atividade. No último Focus, os analistas projetaram um crescimento de 0,5% em 2022.

"Estamos com um número um pouco maior que o mercado de crescimento. Os números na ponta estão surpreendendo para cima. Temos crédito subindo em dois dígitos mesmo com os juros crescendo e a parte de investimentos no Brasil está com fluxo positivo desde o início do ano", argumentou.

Sobre cenário fiscal, que era o tema do seminário, Campos Neto lembrou que não cabe ao BC fazer política fiscal, mas ressaltou que a calibragem da política monetária depende também do resultado das contas públicas.

"Vemos uma grande melhora no curto prazo do fiscal. O aumento dos preços das commodities melhora o fiscal da União e dos Estados, porque melhora a arrecadação. O resultado primário surpreendeu e continua positivo no curto prazo. E existem questões sobre a sustentabilidade do fiscal no longo prazo", encerrou.


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