Pix: o que o comércio ganha com o novo sistema de pagamentos?

Pix: o que o comércio ganha com o novo sistema de pagamentos?

Especialistas afirmam que sistema facilitará processos e dará mais agilidade às transações

R7

Banco Central já estuda novas funcionalidades, como serviços de saque em espécie e outro semelhante ao cartão de crédito

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Com cada vez mais tecnologias sendo introduzidas, somadas à pandemia do novo coronavírus, — que alterou hábitos de consumo e agilizou a transição para o digital — o mercado varejista tem nas mãos uma oportunidade para se reinventar: o Pix, sistema de pagamento instantâneo desenvolvido pelo Banco Central. Com a promessa de maior agilidade e praticidade em operações financeiras, o Pix fez sua "estreia" no dia 17 de novembro.

O sistema, que poderá substituir transações em DOC e TED, além de estar disponível 24 horas por dia, sete dias por semana, poderá facilitar diversos processos dentro do mercado varejista, desde o momento da compra, ao pagamento ao funcionário no final do mês, por exemplo. 

É o que afirma Marcel Solimeo, economista da ACSP (Associação Comercial de São Paulo). Para ele, o Pix é uma inovação que facilitará transações e processos.

"Do ponto de vista do comércio e empreendedores, haverá facilitação nos processos e, principalmente, redução de custos nas transações", explica o economista. 

Segundo Solimeo, o varejo pode se beneficiar com a nova ferramenta, especialmente na relação entre comércio e consumidor.

"Não há qualquer intermediário para receber o pagamento, que é instantâneo. Facilita também o problema do troco e reduz o uso do dinheiro. Além disso, pode aumentar a rapidez dos pagamentos reduzindo filas no caixa", ressalta o economista. 

Para Claudio Felisoni, presidente da Ibevar (Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo), a implementação do Pix exige que os varejistas se adaptem para atender melhor os clientes, em um mercado cada vez mais competitivo.

"O Pix é visto com bons olhos pelo setor, mas será necessário adequar as formas de pagamento e até mesmo as relações com os clientes e com o dinheiro", comenta Felisoni.

Atualmente, os estabelecimentos comerciais oferecem diferentes formas de pagamento, dependendo da modalidade da compra — se é online ou presencial.

O cliente pode pagar com cartão de crédito, débito, dinheiro, boleto bancário, transferência etc. Com o Pix, as transferências ocorrem diretamente da conta bancária do pagador para a conta do recebedor, sem "intermediários".

Felisoni diz que uma das principais vantagens será justamente a economia com as taxas de maquininhas e transferências convencionais.

"Hoje, para que um pagamento seja realizado, temos o envolvimento de diversos participantes, como, por exemplo, a bandeira do cartão, a empresa responsável pela maquininha e os bancos.

 

Praticidade e segurança

Embora ainda não tenha utilizado a nova ferramenta, Lamia Ghandour, dona da Mega Lamune, loja de roupas especializadas em moda plus size, acredita que o Pix trará pontos muito positivos para o varejo, além de oferecer uma segurança maior.

"Acho que a principal vantagem é não ser pago. Hoje pagamos por transações efetuadas e recebidas que, no final do mês, viram uma bolada. Outro ponto positivo é o fato de confirmar a transferência na hora e a segurança por ter o Banco Centra envolvido", afirma a lojista. 

Mais um aspecto interessante, segundo ela, é a possibilidade de oferecer descontos por meio da nova ferramenta.

"Sempre fornecemos descontos para pagamento em dinheiro, mas os clientes querem o mesmo desconto no débito, por exemplo. Às vezes, eles não compreendem que existem taxas por trás de tudo. Então, com o Pix, nós temos a opção de oferecer descontos", ressalta Lamia. 

Além disso, do ponto de vista do varejista, o Pix representa uma segurança a mais, de acordo com Marcel Solimeo.

Como pode ser usado a qualquer dia e hora, aumenta a segurança e elimina problemas de acúmulo de dinheiro no estabelecimento, aumentando a segurança", afirma.

Solimeo também lembra que o Pix permitirá, a partir do ano que vem, que o consumidor saque dinheiro nos estabelecimentos comerciais. "O que aumentará o fluxo de pessoas, sem os riscos que havia de ter um caixa eletrônico no estabelecimento", completa o economista. 


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