Porto de Rio Grande comemora 108 anos

Porto de Rio Grande comemora 108 anos

Principal porto do Estado, dali são exportados mais de 30% do que é produzido no estado

Angélica Silveira

Aumento da capacidade de calado do porto de Rio Grande de 40 para 60 pés permitiria redução nos custos de embarque

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A quarta-feira, 15 de novembro foi de comemoração  para a unidade Rio Grande da Portos RS que completou 108 anos de fundação. O aniversário do principal porto marítimo do Estado  foi comemorado com a chegada do primeiro carregamento de pás eólicas  que irá compor a estrutura do Parque Eólico Coxilha Negra, na cidade de Santana do Livramento, e também com a primeira edição da Corrida do Porto do Rio Grande. Foram 298 inscritos.

A prova teve cinco quilômetros, com largada em frente ao Centro Administrativo e um percurso de 1 quilômetro, chamado de maratoninha,  onde participaram crianças de oito a adolescentes de 14 anos. Os cinco primeiros colocados de cada categoria foram premiados com troféus. Todos os participantes ganharam medalhas. Além do tradicional parabéns, com direito a bolo distribuído entre os presentes, os  interessados puderam tomar um chimarrão, com água quente fornecida pela Corsan.

O Porto de Rio Grande é o responsável por conectar a produção gaúcha com o mundo. Ali, são exportados mais de 30% do que é produzido no estado. 

Ele foi se consolidando ao longo dos anos como um elo logístico e caminha para se tornar referência no Conesul para o desenvolvimento de energias renováveis. No século XIX, transpor a Barra do Rio Grande não era uma tarefa fácil e muitos acidentes foram registrados. As navegações se tornaram mais seguras a partir de 1846, com a criação pelo Governo Imperial da Inspetoria da Praticagem da Barra. Um ano depois, 668 embarcações já haviam passado pelo local, surgindo com isto um pequeno cais, hoje denominado Porto Velho.

O local era frequentado, em sua maioria, por embarcações a vela, mas a contínua agitação das águas na embocadura, as mudanças dos  canais e a profundidade insuficiente faziam da Barra do Rio Grande um lugar perigoso. Em 1855, o Ministério da Marinha enviou o tenente- coronel e engenheiro, Ricardo Gomes Jardim, para estudar a Barra e o Porto. Ele concluiu que não era  possível qualquer construção de prolongamento no local, sendo mais nociva que útil. 

Com o passar dos anos, outros profissionais foram consultados e davam a mesma resposta. Foi em 1875, que  Sir John Hawkshaw, comissionado pelo Governo Imperial, visitou as instalações portuárias existentes e propôs a construção de quebra-mares que  partissem do litoral para o oceano, de um lado e do outro da embocadura, com uma extensão de cerca de duas milhas cada um, o equivalente a 3220 metros. Em 1906, o engenheiro Elmer Lawewnce Cortheil foi contratado pelo governo brasileiro para executar as obras de fixação da Barra do Rio Grande, com aprofundamento de  dez metros, a construção de dois molhes convergentes e um novo porto para a cidade.

Após organizar uma companhia que construiria e exploraria o local por 70 anos, o engenheiro não conseguiu recursos nos Estados Unidos para a execução da obra. Com isto, constituiu-se em Paris  a Compagnie Française du Port du Rio Grande do Sul, que com capital europeu construiu dois anos depois os molhes e o novo porto. Em 1º de março de  1915, por volta das 17h30min, o navio escola Benjamin Constant, da Armada Nacional, com 6,35 m de calado , transpôs  a Barra.

A embarcação atracou no cais do Porto Novo uma hora depois. Em 15 de novembro do mesmo ano, foi inaugurado primeiro trecho de cais do Porto Novo, com extensão de 500 metros, que logo foi entregue para operação. Em 1979, pela  dragagem do canal de acesso da  Barra para navios de até 12 metros de calado e pela incorporação da área de expansão, abriram-se amplas perspectivas de crescimento e desenvolvimento do Porto do Rio Grande. Atualmente, entre  outras alterações, a operação portuária é feita totalmente por operadores portuários privados. No ano de 1996  foi criada a Superintendência do Porto de Rio Grande.

A autarquia surgiu com o objetivo de administrar o local, na qualidade de executor da Delegação da União do Estado do Rio Grande do Sul, situação atual do complexo portuário do Rio Grande, cuja vocação é ser grande centro concentrador de cargas do Mercosul. No ano de 1997 foi assinado um convênio que delegou ao Estado administração e exploração dos portos de Rio Grande, Pelotas e Porto Alegre, por mais 25 anos, delegação que foi  antecipadamente prorrogada em 2021 por igual período. Com isto, em maio do ano passado foi criada a empresa pública, Portos RS.

A alteração de natureza jurídica foi importante passo para dar mais segurança nas atividades portuárias no Estado, uma vez que garantiu mais profissionalização e a certeza de investimentos necessários, uma vez que os recursos passaram a ficar concentrados no caixa da empresa. Esta medida em um ano e meio garantiu cerca de R$ 350 milhões em investimentos. A gestão profissionalizada, permite um planejamento futuro, quando o Estado pretende se tornar referência no desenvolvimento de energias renováveis.


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