Presidente da Eletrobras diz que está otimista com processo de privatização

Presidente da Eletrobras diz que está otimista com processo de privatização

Executivo disse que seis distribuidoras deficitárias deverão ser vendidas em meados de junho

AE

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O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Jr., disse nesta quinta-feira, em entrevista à rádio CBN, que está otimista com o processo de privatização da empresa, embora tenha havido alterações de calendário. "Sou otimista. Há entendimentos nas esferas de governo e na Câmara para isso. Vamos viabilizar no mês de junho."

Em reunião da Apimec-RJ para falar do resultado da companhia em 2017, o executivo disse que as seis distribuidoras deficitárias, que tinham leilão previsto para o final de maio, agora deverão ser vendidas em meados de junho. A confirmação da data depende, no entanto, de parecer do Tribunal de Contas da União (TCU) e de um acordo com a Petrobras sobre uma dívida de R$ 20 bilhões da Amazonas Energia, referente ao consumo de combustível por térmicas da distribuidoras de eletricidade.

Em relação ao TCU, Ferreira Jr. disse que ainda a companhia não teve acesso a parecer questionando o modelo para leiloar essas empresas que traria possível alta de tarifa. O parecer, segundo o jornal Folha de S.Paulo, diz que a venda de seis distribuidoras provocaria enriquecimento sem causa de agentes privados e aumento de tarifas ao consumidor. "Ainda não tivemos acesso a parecer do TCU, aguardamos para avaliar", respondeu o executivo. Ele ressaltou que a perspectiva é baixar as tarifas com a privatização.

"A bandeira tarifária é praticamente eliminada nesse processo", explicou, citando ainda que os aumentos de tarifas já ocorreram no ano passado, sem relação com a reestruturação da Eletrobras, mas como um mecanismo comum e anual de reajustes. Ferreira Jr. comentou que há elevados índices de fraude nas contas de luz e que é preciso considerar a qualidade do serviço. Esses pontos tendem a melhorar com a privatização, defendeu o executivo.

"Haverá uma melhora para o consumidor na questão das tarifas. Entendo que no momento em que essas coisas forem colocadas à mesa com o TCU, haverá entendimento de perspectiva de melhora". A privatização, disse, depende essencialmente de mobilização do governo. Nesse ponto, o presidente da Eletrobras comentou sua apresentação à Câmara dos Deputados neste semana, admitindo que há oposição, mas que teve a oportunidade de apresentar o projeto e vários deputados da base aliada se manifestaram a favor.

"A Eletrobras é a 16ª maior empresa em ativos do mundo e das 50 maiores em valor de mercado do mundo", ressaltou. Sobre o apoio dos novos ministros, ele disse que conta com três nomes familiarizados com a questão da privatização da Eletrobras. Citando o ministro de Minas e Energia anterior, Fernando Bezerra Filho, disse que "num prazo de dois anos conseguimos avançar muito, culminando inclusive na privatização da Eletrobras.

Havia muita dúvida com a saída do Fernando Coelho, mas entendo que Moreira Franco está alinhado com perspectiva de privatização desde o início". Ele também citou o novo ministro do Planejamento, Esteves Colnago, "que foi conselheiro da Eletrobras", e o da Fazenda, Eduardo Guardia, que já se manifestou publicamente favorável à operação.

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