Presidente do Carf suspende julgamentos da próxima semana

Presidente do Carf suspende julgamentos da próxima semana

Medida ocorre em meio às negociações do governo para um acordo com os grandes contribuintes

AE

Carf anula julgamento que teve pagamento de propina apontado pela Zelotes

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Em meio às negociações do governo para um acordo com os grandes contribuintes, o presidente do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), Carlos Higino Ribeiro de Alencar, suspendeu as sessões de julgamento do tribunal na semana de 7 a 9 de fevereiro.

A portaria com a decisão já foi publicada. O Carf é o tribunal administrativo que julga os recursos dos contribuintes contra autuações de cobrança de impostos feitas pela Receita Federal.

A presidência do Carf informou que a decisão considerou a discussão que envolve os Poderes Executivo, Judiciário e Legislativo com relação à medida provisória (MP) que restabeleceu o chamado voto de qualidade.

A decisão ocorre depois de o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, ter dado prazo de três dias para o governo prestar informações sobre a MP.

Toffoli é o relator da Ação Direta de Inconstitucionalidade, com pedido de medida cautelar (provisória), ajuizada pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) contra a decisão do governo de voltar com o voto de qualidade, que havia sido eliminado por decisão do Congresso em 2020.

Riscos

No despacho, Toffoli afirma que, diante dos riscos levantados na ação, há a necessidade do exame da medida cautelar pedida pela OAB. Entre os riscos citados na ação está a insegurança jurídica, já que há "claros sinais" de que a mudança não será aprovada pelo Congresso, mas a regra já está valendo nos julgamentos.

Na prática, a decisão dá tempo para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fechar um acordo sobre o voto de qualidade, diante das resistências já mapeadas do Congresso em referendar a medida.

A expectativa era de que Toffoli suspendesse os julgamentos no Carf até o fechamento do acordo, mas o tribunal se antecipou.

O voto de qualidade é usado quando há empate. Os presidentes das turmas de julgamento do Carf, indicados pela Fazenda, desempatavam os julgamentos. Com o fim da prerrogativa, eliminada pelo Congresso em abril de 2020, as disputas passaram a ser resolvidas sempre favoravelmente aos contribuintes.

Um acordo está sendo costurado com o governo, enquanto parlamentares fazem emendas ao texto da MP para mudar a medida.

Triplo da Arrecadação

O ministro avalia aceitar o acordo proposto pelas grande empresas e bancos para regular o voto de qualidade. A proposta foi levada ao ministro pelo presidente do conselho da Esfera Brasil, João Camargo.

Os empresários acenaram a Haddad que a regulação do voto de qualidade pode garantir R$ 150 milhões, o triplo da expectativa de arrecadação da Fazenda com a volta desse instrumento, de R$ 50 bilhões.


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