Presidente do Conselho Europeu acha difícil ratificar acordo com Mercosul com incêndios na Amazônia
Donald Tusk deu a declaração ao chegar em Biarritz, no sudoeste da França, para uma cúpula do G7
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O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, disse neste sábado que é difícil imaginar que o bloco europeu ratifique um pacto de livre comércio com o Mercosul enquanto o Brasil não detém os incêndios que assolam a Amazônia. "É claro que apoiamos o acordo entre a UE e o Mercosul (...) mas é difícil imaginar um processo de ratificação enquanto o governo brasileiro permite a destruição" da Amazônia, declarou Tusk ao chegar em Biarritz, no sudoeste da França, para uma cúpula do G7.
Nessa sexta, a França se declarou contrária ao acordo UE-Mercosul por causa das queimadas no Brasil. "Dada a atitude do Brasil nas últimas semanas, o presidente da República (Emmanuel Macron) só pode constatar que o presidente Bolsonaro mentiu para ele na cúpula (do G20) de Osaka", declarou o palácio do Eliseu, estimando que "o presidente Bolsonaro decidiu não respeitar seus compromissos climáticos nem se comprometer com a biodiversidade". "Nestas circunstâncias, a França se opõe ao acordo do Mercosul", acrescentou a presidência francesa.
O mesmo caminho foi adotado pela Irlanda. O primeiro-ministro Leo Varadkar ameaçou votar contra o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul se o Brasil não respeitar seus "compromissos ambientais".
Ainda ontem, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, admitiu temor com possíveis embargos ao agronegócio brasileiro em decorrência da crise ambiental com as queimadas na Amazônia. "Acabei de saber das notícias e nos preocupa", afirmou, após evento em Brasília. Nesta sexta, o governo da Finlândia, que acumula a presidência rotativa da União Europeia (UE), pediu ao bloco que avalie a possibilidade de vetar a compra carne bovina brasileira.