Prisão de Carlos Ghosn no Japão é estendida até 10 de dezembro

Prisão de Carlos Ghosn no Japão é estendida até 10 de dezembro

Ex-presidente da Nissan teria omitido da Receita renda estimada em R$ 166 milhões

AFP

Ghosn pode virar réu, mas é mantido em liberdade até o julgamento

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Carlos Ghosn continuará na prisão depois que um tribunal de Tóquio aceitou na sexta-feira estender até 10 de dezembro a detenção do ex-presidente da Nissan, suspeito de malversação e sonegação de renda. A Procuradoria obteve um prazo adicional de 10 dias para investigá-lo, segundo a imprensa local, um procedimento habitual no sistema judicial japonês. Em 10 de dezembro, Ghosn - destituído de seu cargo de presidente dos conselhos de administração da Nissan e Mitsubishi Motors, mas continua sendo presidente executivo da Renault - será libertado sem acusações ou será acusado.

• Ex-presidente do conselho da Nissan nega acusações

Nesse último caso, Ghosn, de 64 anos, pode ser colocado em liberdade até o julgamento ou mantido em detenção.

Por enquanto, o ainda dirigente da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi Motors é suspeito de ter ocultado 1 bilhão de ienes (cerca de R$ 166 milhões) anuais entre abril de 2010 e março de 2015, em documentos públicos remetidos pela empresa às autoridades financeiras japonesas. No entanto, segundo uma fonte próxima do caso interrogada pela AFP, a investigação demonstra que as omissões podem ter começado em 2009 e continuaram até o ano passado.

As investigações podem ser ampliadas a outros anos, ou a outros motivos, já que a Nissan acusa seu ex-diretor de abuso de bens sociais, como a utilização de residências de luxo da companhia. Ghosn, que tem nacionalidade francesa, libanesa e brasileira, nega qualquer malversação.

Críticas infundadas

Diante das críticas procedentes do exterior - em especial de França - sobre a duração e as condições da detenção, a Procuradoria se defendeu. "Cada país tem sua própria história, sua própria tradição, seus próprios sistemas judiciais. Não critico as regras de outros países somente porque são diferentes, e acho que é inadequado", declarou na quinta-feira Shin Kukimoto, procurador-adjunto de Tóquio, em coletiva de imprensa. "Só mantemos em detenção os suspeitos se for necessário", assegurou.

Em um presídio no norte de Tóquio, Carlos Ghosn, seus advogados não podem assistir seus interrogatórios e as visitas são muito limitadas. Segundo a imprensa japonesa, o presidente francês Emmanuel Macron e o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe podiam abordar o tema em Buenos Aires, onde ambos participam nesta sexta-feira da cúpula do G20.

No âmbito empresarial, os dirigentes da Renault, Nissan e Mitsubishi reiteraram na quinta-feira o "profundo compromisso" com a aliança entre os três grupos automobilísticos, apesar da situação de Ghosn. "Continuamos plenamente comprometidos com essa Aliança" entre Renault, Nissan e Mitsubishi Motors, afirmaram as três empresas em comunicado conjunto.

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