Propostas de privatizações e aprovação da TLP levam dólar a cair para R$ 3,13

Propostas de privatizações e aprovação da TLP levam dólar a cair para R$ 3,13

Dentre propostas estão leilão de 14 aeroportos, incluindo Congonhas, e a desestatização da Casa da Moeda

AE

Propostas de privatizações e aprovação da TLP levam dólar a cair para R$ 3,13

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O dólar caiu com força nesta tarde de quarta-feira, fechando no patamar de R$ 3,13, depois que o governo anunciou uma série de propostas de privatizações, com destaque para o leilão de 14 aeroportos, incluindo Congonhas, e a desestatização da Casa da Moeda. A divisa americana já havia renovado mínimas horas antes, após a aprovação, em comissão mista, da criação da Taxa de Longo Prazo (TLP), que balizará os empréstimos do BNDES a partir de 2018. Entre os fatores externos que ajudaram a pressionar a moeda está a alta de mais de 1% do petróleo.

Anunciado pelo Programa de Parceria de Investimentos (PPI), a lista de concessões entre 2017 e 2018 tem 57 projetos e prevê investimentos de R$ 44 bilhões. O leilão de 14 aeroportos, incluindo Congonhas, tem previsão para o terceiro trimestre de 2018, enquanto a desestatização da Casa da Moeda - que está em dificuldade financeira e tem registrado prejuízos - está prevista para o quarto trimestre. Para este ano, o Ministério da Fazenda apresentará a modelagem da concessão da Loteria Instantânea Exclusiva (Lotex), conhecida como "raspadinha".

De acordo com o diretor de gestão de renda fixa e multimercados da Quantitas, Rogério Braga, o mercado já vinha animado em meio às especulações de outras propostas de privatizações, após o anúncio da Eletrobras. "As especulações surgiram em decorrência da decisão da Eletrobras e esse clima contagiou os mercados", disse Braga.

Para o gerente de mesa de câmbio do banco Ourinvest, Bruno Foresti, há otimismo também em relação ao leilão em torno da Cemig neste ano e o destravamento do Refis. Segundo o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, o governo não desistiu de fazer o leilão da Cemig, "que deve sair ainda neste segundo semestre", enfatizou.

A moeda americana já tinha renovado mínimas no início da tarde diante da aprovação da TLP em comissão mista do Congresso, por 17 votos a 6. O próximo passo agora é levar o texto para a apreciação do plenário da Câmara dos Deputados, que deve votá-lo entre esta quarta e quinta-feira.

"A aprovação da TLP mostra um pouco mais de força no capital político do governo e aumenta a expectativa com a aprovação da reforma da Previdência", pontuou Foresti, do Ourinvest. Braga, da Quantitas, compartilha da mesma opinião, mas destaca também o impacto que ela terá na política monetária e fiscal, uma vez que a tendência é de juros mais baixos.

No mercado à vista, o dólar terminou em baixa de 0,97%, aos R$ 3,1393. O giro financeiro somou US$ 1,19 bilhão. Na mínima, a moeda ficou em R$ 3,1344 (-1,12%) e, na máxima, aos R$ 3,1707 (+0,02%).

No mercado futuro, o dólar para setembro caiu 0,71%, aos R$ 3,1460. O volume financeiro movimentado somava cerca de US$ 11,60 bilhões. Durante o pregão, a divisa oscilou de R$ 3,1390 (-0,93%) a R$ 3,1760 (+0,23%).

Bovespa 

O noticiário doméstico reforçou o bom humor do mercado brasileiro de ações nesta quarta-feira, levando a bolsa brasileira ao seu segundo dia consecutivo de alta. A aprovação da TLP em comissão mista do Congresso e o anúncio da lista de 57 privatizações foram os pontos altos do dia, que contribuíram para restaurar boa parte do otimismo que o mercado havia perdido nos últimos meses. Mesmo depois de uma alta de 2% na véspera, o Índice Bovespa teve fôlego para sustentar a tendência, fechando com ganho de 0,67%, aos 70.477,63 pontos.

A percepção geral no mercado de renda variável é que o governo, ao anunciar um amplo programa de privatizações, faz uma parte importante de sua lição de casa na busca pelo ajuste fiscal. A leitura é que, com a privatização de portos, aeroportos e até a Casa da Moeda, a União tira de suas costas o peso de empresas ineficientes, abrindo espaço para ganhos diretos e indiretos. Um desses ganhos é de imagem, por transmitir sinais de maior dinamismo.

A alta do dia foi puxada principalmente pelas ações da Vale e do setor financeiro. Os papéis da mineradora chegaram a operar em queda pela manhã, sintonizados com a queda do minério de ferro no mercado chinês, mas inverteram o sinal com expectativas positivas para o mercado. Vale ON subiu 2,13%. Entre os bancos, a alta foi atribuída à menor percepção de risco do País, que estimulou o apetite por risco. Itaú Unibanco PN, ação de maior peso na carteira do Ibovespa, subiu 1,09%.

Já os papéis da Petrobras seguiram tendências opostas com alta de 0,07% na ordinária e baixa de 0,22% na preferencial. O petróleo teve alta superior a 1% nas bolsas de Nova York e Londres. As bolsas de Nova York, no entanto, tiveram um dia de perdas, em meio à crise institucional do governo Donald Trump.

As ações da Eletrobras, estrelas do pregão de terça-feira, passaram por um movimento de realização de lucros, já esperado depois das altas que chegaram a quase 50%. Eletrobras ON teve queda de 11,04% e Eletrobras ON recuou 9,13%. O Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) aprovou a venda da estatal do setor elétrico, mas a operação ainda não tem cronograma detalhado.

Taxas de juros


Os juros futuros fecharam em queda firme ao longo de toda a curva nesta quarta-feira, refletindo um conjunto de notícias domésticas positivas, com destaque para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) de agosto no piso das estimativas dos analistas e a aprovação da criação da TLP na comissão mista do Congresso. A final da sessão regular, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) encerrou (312.770 contratos) com taxa de 7,94%, de 8,04% no ajuste de terça-feira.

A taxa do DI para janeiro de 2020 (208.875 contratos) caiu de 8,87% para 8,75% e a do DI para janeiro de 2021 (260.720 contratos), de 9,49% para 9,38%. A taxa do DI para janeiro de 2023 (54.215 contratos) fechou em 10,00%, de 10,09%.

As taxas já começaram o dia em queda, repercutindo o IPCA-15 de agosto, de 0,35%, que ficou no piso das estimativas e animou o mercado com relação à possibilidade de o Comitê de Política Monetária (Copom) manter o ritmo de corte da Selic em 1 ponto porcentual no encontro de setembro. As estimativas coletadas pelo Produto Interno Bruto (PIB) iam de 0,35% a 0,60%, com mediana de 0,40%.

Ao longo da manhã, os juros foram ampliando o ritmo de queda na medida em que os trabalhos da comissão para a votação da Medida Provisória (MP) 777, que cria a TLP, iam avançando. A MP foi aprovada por 17 votos a 6 por volta das 13h30, quando os juros bateram as mínimas da sessão.

A TLP, definida pela variação das taxas das NTN-B, vai substituir a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) nas concessões de empréstimos do BNDES, eliminando subsídios implícitos ao crédito. Além disso, o mercado considerou que o placar foi confortável o bastante para fortalecer o governo em futuras pautas, como as reformas tributária e da Previdência.

Também têm sido bem recebidas as propostas do PPI, que propõe a concessão de 57 novos projetos, entre eles a da Loteria Instantânea Exclusiva (Lotex), conhecida como "raspadinha", desestatização da Casa da Moeda, 14 aeroportos, incluindo o de Congonhas. O valor total de investimentos previstos em todo o período de concessão é de R$ 44 bilhões.

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