Quase metade dos gaúchos aprova jornada maior de trabalho, aponta pesquisa
Presidente da Fiergs apresentou dados em reunião com o ministro Ronaldo Nogueira
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Para o presidente da Fiergs, Heitor José Müller, uma modernização da legislação trabalhista não significa perda de direitos do empregado, mas permitirá equilíbrio, segurança e transparência entre as partes envolvidas e maior competitividade das empresas. Müller apresentou ao ministro os resultados da pesquisa inédita encomendada pela entidade ao Instituto Methodus, cujos dados revelam que 65% dos trabalhadores gaúchos aceitariam negociar a carga horária diária entre empregador e empregado, com o objetivo de reduzir os dias trabalhados na semana. Esta é uma das propostas previstas na reforma do governo federal para criar condições de geração de 5 milhões de empregos novos no país.
Além disso, segundo a pesquisa, mais de 20% dos entrevistados são favoráveis à modernização das leis trabalhistas no Brasil, e 55% aceitam alterações, dependendo das condições oferecidas. “A pesquisa da Fiergs referenda o que estamos fazendo há meses pelo Brasil. Nossa proposta foi fruto de longas conversas com todas as centrais sindicais e confederações patronais e, com isso, costuramos uma proposta na qual todos os envolvidos foram contemplados. Nossa proposta está pacificada”, afirmou Nogueira.
De acordo com o ministro, a proposta se baseia em três eixos: segurança jurídica, consolidação de direitos e oportunidade de ocupação e renda para todos.
Jornada maior de trabalho divide gaúchos
A apuração da pesquisa, com mil entrevistas, foi realizada na Região Metropolitana de Porto Alegre, na Serra e vales do Sinos, Taquari e Paranhana, entre 29 de dezembro e 10 de janeiro. Já a viabilidade de o empregado trabalhar além da jornada diária para acumular horas de folga teve a adesão de 49,5% dos participantes do levantamento feito pelo Instituto Methodus. Outros 43,7% não concordam com a medida e 6,6% a aceitam em parte.
Ainda de acordo com o estudo da Fiergs, 45,7% entendem que o desemprego seria diminuído caso os sindicatos e centrais sindicais apoiassem a modernização das leis trabalhistas. Para 30,3%, o desemprego aumentaria caso isso ocorresse, e 24% não souberam opinar. A amostragem foi calculada tomando-se como base um nível de confiança de 95% para uma margem de erro máxima estimada em até 3,1 pontos percentuais – para mais ou para menos – sobre os resultados obtidos no total da amostra.
O coordenador do Conselho de Relações do Trabalho e Previdência Social (Contrab) da Fiergs, Paulo Garcia, também participou do encontro no qual foi relatada a situação das relações do trabalho no Estado e no país.