Reajuste salarial acima da inflação ocorreu em 95% das negociações em 2011 no RS

Reajuste salarial acima da inflação ocorreu em 95% das negociações em 2011 no RS

Dificuldade de mão de obra contribuiu para concessão de aumentos maiores

Mauren Xavier / Correio do Povo

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Atingindo novo recorde histórico, 95,6% das negociações salariais feitas em 2011 no Rio Grande do Sul atingiram ganho real. Na prática isso significa que os índices concedidos foram superiores às perdas salariais de cada data-base. O balanço das negociações coletivas foi apresentado na manhã desta quarta-feira pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/RS).

De acordo com a pesquisa, em 2,9% dos casos analisados o reajuste salarial foi igual ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já 20,06% tiveram reajuste entre 0,01% e 1% acima do INPC. Na faixa até 2%, o percentual se eleva e fica em 51,5% das negociações firmadas. O menor grupo foi daqueles que tiveram aumento com mais de 3% acima do INPC, que representou apenas 2,9% das negociações. O resultado é diferente do cenário nacional, onde nesta faixa ficaram 9,4% das negociações.

Quando se analisam os reajustes por setores econômicos, verifica-se que a indústria concedeu aumentos superiores ao INPC para 94,9% das categorias, o que representou queda em relação a 2010, quando foram 97,4%. O segmento de comércio teve o melhor resultado, com 100% das negociações com aumento superiores a inflação. Nos serviços, o setor teve 93,3% de reajuste acima do INPC.

Segundo o economista Ricardo Franzoi, o bom desempenho ocorreu em função de que a maioria das negociações ocorreram no primeiro semestre do ano passado, quando a economia ainda estava ativa, antes dos efeitos da crise internacional. Ele explica que um dos fatores que justificam o aumento é o fato de que muitas empresas aceitaram conceder reajustes superiores como forma de segurar o trabalhador, diante das dificuldades de disponibilidade de mão de obra no mercado.

Além disso, com o crescimento acelerado do salário mínimo, os pisos aplicados pelas empresas tiveram uma desvalorização muito acentuada. Para compensar, a iniciativa privada está tendo que reajustar os salários a percentuais maiores, de acordo com Franzoi.

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