Referendo na Grécia terá quase 10 milhões de votantes
Política financeira do país será decidida após consulta no domingo
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O que será votado no domingo
Os eleitores devem votar "Sim" ou "Não" às condições que os credores (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) apresentaram na semana passada para continuar financiando o país.
A pergunta exata é: "Deve ser aceito o plano de acordo apresentado pela Comissão Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional no Eurogrupo de 25 de junho de 2015 e composto de duas partes, que integram a proposta conjunta? O primeiro documento tem como título "Reforms for the completion of the Current Program and Beyond" (Reformas para a realização do programa atual e além) e o segundo "Preliminary Debt sustainability analysis" (Análise Preliminar da Sustentabilidade da Dívida)".
Na cédula de votação, o "Não", defendido pelo governo, aparece acima do "Sim".
Apoio ao "NÃO" ou ao "SIM"
Os dois parceiros da coalizão de governo, o partido de esquerda Syriza e o de direita a favor da soberania ANEL, defendem o "Não" para acabar com cinco anos de austeridade e negociar "em melhores termos" com os credores.
Os neonazistas do Amanhecer Dourado apoiaram no Parlamento a convocação do referendo e defendem o "Não".
Também favoráveis ao "Não" estão vários grupos de extrema-esquerda sem representação no Parlamento, como o Antarsya.
A favor do "Sim" estão os opositores Nova Democracia (centro-direita), Pasok (centro-esquerda) e To Potami (centro), que consideram o referendo um plebiscito sobre a permanência no euro. O Partido Comunista faz campanha pelo voto nulo.
Circusntâncias excepcionais
O referendo acontecerá em circunstâncias econômicas excepcionais. Desde segunda-feira passada e até 6 de julho, o país está sob um rígido controle de capitais. Os correntistas podem sacar nos caixas eletrônicos o máximo de 60 euros por dia.
Na terça-feira expirou o programa europeu de assistência financeira à Grécia e no mesmo dia o país entrou em default com o FMI, ao não conseguir efetuar um pagamento de 1,55 bilhão de euros.
Quem pode votar
No domingo estarão abertos 19.159 locais de votação e 9.855.029 eleitores estão registrados. Os cidadãos de outros países da União Europeia não têm direito de voto no referendo. Como o referendo foi organizado em apenas uma semana, é pouco provável que os gregos que moram no exterior (um milhão) consigam votar.
Quanto custa o referendo?
O ministério do Interior avalia o custo de organização em, no máximo 25 milhões de euros, metade do que foi utilizado nas eleições de 25 de janeiro que levaram o Syriza ao poder.
Corrida contra o tempo
O referendo foi organizado em apenas uma semana, já que foi anunciado na sexta-feira à noite pelo primeiro-ministro Alexis Tsipras e aprovado pelo Parlamento no sábado.
Anúncio do resultado
A votação acontecerá das 7h(1h de Brasília) às 19h (13h de Brasília). Os primeiros resultados devem ser anunciados às 21h (15h de Brasília) e indicar o possível resultado global. A rapidez do anúncio do resultado dependerá da margem de diferença entre as opções.
Facilidade de trânsito
Para facilitar a participação no domingo, os pedágios serão gratuitos e as passagens de trem, voos domésticos e ônibus interurbanos terão preços reduzidos. No entanto, os gregos fora de seu município de votação não poderão participar no referendo.