Referendo na Grécia terá quase 10 milhões de votantes

Referendo na Grécia terá quase 10 milhões de votantes

Política financeira do país será decidida após consulta no domingo

AFP

População grega já realizou diversas manifestações

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Quase 10 milhões de gregos devem votar neste domingo, no primeiro referendo no país em 41 anos, desde que a nação optou pela abolição da monarquia em 1974, ao fim da ditadura militar.

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O que será votado no domingo 

Os eleitores devem votar "Sim" ou "Não" às condições que os credores (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) apresentaram na semana passada para continuar financiando o país.

A pergunta exata é: "Deve ser aceito o plano de acordo apresentado pela Comissão Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional  no Eurogrupo de 25 de junho de 2015 e composto de duas partes, que integram a proposta conjunta? O primeiro documento tem como título "Reforms for the completion of the Current Program and Beyond" (Reformas para a realização do programa atual e além) e o segundo "Preliminary Debt sustainability analysis" (Análise Preliminar da Sustentabilidade da Dívida)".

Na cédula de votação, o "Não", defendido pelo governo, aparece acima do "Sim".

Apoio ao "NÃO" ou ao "SIM"

Os dois parceiros da coalizão de governo, o partido de esquerda Syriza e o de direita a favor da soberania ANEL, defendem o "Não" para acabar com cinco anos de austeridade e negociar "em melhores termos" com os credores.
Os neonazistas do Amanhecer Dourado apoiaram no Parlamento a convocação do referendo e defendem o "Não".
Também favoráveis ao "Não" estão vários grupos de extrema-esquerda sem representação no Parlamento, como o Antarsya.

A favor do "Sim" estão os opositores Nova Democracia (centro-direita), Pasok (centro-esquerda) e To Potami (centro), que consideram o referendo um plebiscito sobre a permanência no euro. O Partido Comunista faz campanha pelo voto nulo.

Circusntâncias excepcionais 

O referendo acontecerá em circunstâncias econômicas excepcionais. Desde segunda-feira passada e até 6 de julho, o país está sob um rígido controle de capitais. Os correntistas podem sacar nos caixas eletrônicos o máximo de 60 euros por dia.

Na terça-feira expirou o programa europeu de assistência financeira à Grécia e no mesmo dia o país entrou em default com o FMI, ao não conseguir efetuar um pagamento de 1,55 bilhão de euros.

Quem pode votar

No domingo estarão abertos 19.159 locais de votação e 9.855.029 eleitores estão registrados. Os cidadãos de outros países da União Europeia não têm direito de voto no referendo. Como o referendo foi organizado em apenas uma semana, é pouco provável que os gregos que moram no exterior (um milhão) consigam votar.

Quanto custa o referendo?

O ministério do Interior avalia o custo de organização em, no máximo 25 milhões de euros, metade do que foi utilizado nas eleições de 25 de janeiro que levaram o Syriza ao poder.

Corrida contra o tempo

O referendo foi organizado em apenas uma semana, já que foi anunciado na sexta-feira à noite pelo primeiro-ministro Alexis Tsipras e aprovado pelo Parlamento no sábado.

Anúncio do resultado

A votação acontecerá das 7h(1h de Brasília) às 19h (13h de Brasília). Os primeiros resultados devem ser anunciados às 21h (15h de Brasília) e indicar o possível resultado global. A rapidez do anúncio do resultado dependerá da margem de diferença entre as opções.

Facilidade de trânsito

Para facilitar a participação no domingo, os pedágios serão gratuitos e as passagens de trem, voos domésticos e ônibus interurbanos terão preços reduzidos. No entanto, os gregos fora de seu município de votação não poderão participar no referendo.

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