Região Sul tem maior crescimento econômico no 2º trimestre, aponta BC
Dados refletem final da apropriação das safras de verão e a retomada mais intensa no comércio
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A Região Sul do Brasil teve o maior crescimento no segundo trimestre deste ano, de acordo com boletim divulgado nesta sexta-feira pelo Banco Central (BC). Os dados mostram alta no Índice de Atividade Econômica Regional (IBCR) de 2,8%, quase revertendo o resultado negativo (-2,9%), prejudicado pela quebra da produção de soja. Em 12 meses, a elevação é mais modesta, de 1,0%.
Além de ter acontecido sobre a base fraca do primeiro trimestre, o crescimento do IBCR registrado no Sul do país reflete o final da apropriação das safras de verão, a retomada mais intensa no comércio, na construção e em serviços, sobretudo às famílias, e a discreta alta da indústria.
O IBC-Br, que mede o desempenho em todo o Brasil, subiu 0,57% no segundo trimestre frente aos três meses anteriores, com ajuste sazonal. Já o Produto Interno Bruto (PIB) teve expansão de 1,2%. Em outra parte do país, a região Centro-Oeste teve avanço de 2% no trimestre, e em 12 meses o índice acumula elevação de 4,6%.
A expansão econômica também foi registrada no Norte do país entre abril e junho, com variação de 1,5%. Nos 12 meses encerrados no fim de junho, o aumento é de 1,7%. No Nordeste, a alta do IBCR no segundo trimestre foi de 1,0% e o acumulado em 12 meses é positivo em 3,5%. Já o Sudeste registrou queda marginal no trimestre, de 0,1%, após alta de 1,6% no primeiro, mas em 12 meses tem avanço de 2,6%.
No boletim, o BC destaca que a atividade econômica continuou apresentando desempenho positivo no segundo trimestre, principalmente a indústria e o setor de serviços. No caso da produção industrial, o crescimento ocorreu após uma sequência de três resultados negativos, mas o BC pondera que a atividade ainda está aquém do período pré-pandemia. Já o nível do setor de serviços, em retomada desde o terceiro trimestre de 2020, está acima do pré-covid, com a exceção do segmento de serviços às famílias.
"Nesse ambiente de atividade econômica mais robusta, o mercado de trabalho exibe retomada mais forte do que a esperada. Tanto os indicadores referentes à contratação de emprego formal quanto as taxas de ocupação e desocupação sugerem normalização rápida dos setores intensivos em trabalho após a pandemia", completou a autarquia no documento.
Particularidades das regiões
No Centro-Oeste, a aceleração do crescimento no segundo trimestre, frente ao avanço de 1,1% de janeiro a março, contou com a contribuição do comércio, da agricultura, da construção civil e dos serviços às famílias.
No Norte, o BC destacou a expansão de 1,9% no Pará, impulsionada pela construção e serviços às empresas, e de 1,7% no Amazonas, puxado por serviços às famílias e alojamento e alimentação.
A continuidade da retomada do setor de serviços e o desempenho favorável da agropecuária e da construção civil foram destaques do crescimento no Nordeste do País no segundo trimestre. A autarquia ainda ressaltou o desempenho da indústria de transformação, que acumula três trimestres seguidos de alta, impactada pelo setor de derivados de petróleo. "A ocupação segue em elevação no mercado de trabalho formal e informal, mas a recuperação dos rendimentos tem sido mais lenta que a média nacional", ponderou o BC.
Por outro lado, a perda de ritmo no Sudeste refletiu o arrefecimento da expansão do comércio e o recuo dos serviços financeiros. Segundo o BC, o resultado negativo teve contribuição significativa do desempenho de São Paulo (-0,5%), enquanto os demais Estados mostraram avanço, com destaque para Minas Gerais (1,5%).