Relatório de grupo de trabalho da reforma tributária prevê cashback e IPVA de iate

Relatório de grupo de trabalho da reforma tributária prevê cashback e IPVA de iate

Documento vai servir de base para a construção da proposta que vai à votação no Congresso

R7

Deputado Aguinaldo Ribeiro projeta oito audiências públicas para tratar da reforma tributária

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O relator da reforma tributária, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), divulgou nesta terça-feira o relatório do que foi elaborado pelo grupo de trabalho (GT) montado para discutir o tema na Câmara. O texto servirá de base para compor o substitutivo às propostas de reforma em tramitação no Congresso, na PEC 45/2019, na Câmara, e na PEC 110/2019, no Senado.

A expectativa é que o tema seja votado na primeira semana de julho, segundo afirmou o relator nesta terça-feira. No entanto, o substitutivo que será votado em plenário deve ser apresentado até a última semana de junho. O principal ponto da proposta trata da unificação dos impostos, com a criação de um único imposto sobre bens e serviços, dividido em um tributo federal e um de estados e municípios. 

De acordo com o relatório do GT da reforma, será um novo sistema de Imposto Sobre Valor Agregado (IVA) dual, com cada parte destinada a um nível diferente do governo. Além disso, o IVA terá quatro alíquotas distintas. O IVA federal vai reunir IPI, PIS e Cofins. O IVA subnacional vai juntar ICMS e ISS. Os dois tributos serão cobrados na venda ao consumidor final. O modelo prevê ainda uma taxa mais alta, uma média, uma pequena e uma isenta, a exemplo de países europeus, que aplicam taxas de acordo com o bem ou o serviço.

IPVA de iates

O relatório do GT também prevê taxação de embarcações de luxo. O imposto é semelhante ao IPVA pago pelos donos de automóveis atualmente. A mudança implicará um imposto específico para jatinhos e iates, a princípio. 

Cashback

A proposta do GT é que famílias de baixa renda tenham o direito de receber parte do imposto pago de volta, uma espécie de cashback do que foi pago em compras de bens e serviços. A aplicação da ideia, no entanto, não foi detalhada pelo grupo. Trecho do relatório traz situações possíveis para o novo modelo. O grupo de trabalho recomenda que se preveja um sistema de cashback, definindo-se posteriormente qual o público elegível a ser beneficiado, como instrumento para a implementação de progressividade na tributação do consumo. Segundo a sugestão da deputada Tabata Amaral (PSB-SP), deve ser levado em conta, como princípio norteador do programa de cashback, o combate às desigualdades regionais, de renda, de raça e de gênero.

Uma sugestão apresentada pelo Deputado Ivan Valente (PSOL-SP) é que, em se implementando o cashback, que isso se dê de forma concomitante à implementação do IBS.
Outra sugestão, trazida pelo Deputado Mauro Benevides Filho (PDT-CE), trata da possibilidade de devolução imediata do imposto no ato da compra.

Fundo de Desenvolvimento Regional

Também foi orientada pelo GT a criação de um fundo de compensação para perdas de arrecadação de estados e municípios durante a transição entre sistemas de impostos. A ideia é que gestores locais e estaduais tenham acesso a recursos adicionais durante essa transição, com o objetivo de desafogar as contas públicas. O fundo também poderia ser usado para financiar projetos de desenvolvimento que são importantes para o crescimento social e econômico.

Imposto seletivo e Zona Franca de Manaus
O grupo manteve no texto apresentado a taxação diferenciada na Zona Franca de Manaus. Produtos eletrônicos ou veículos automotores que não forem fabricados na Zona Franca estarão sujeitos a um imposto seletivo, acrescido do IVA e de uma alíquota adicional. O objetivo é preservar os benefícios fiscais das empresas locais e minimizar a exploração ambiental na região. O imposto substituirá o Imposto Sobre Produto Industrializado (IPI) e valerá até 2073. 


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