O Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos (Sincodiv-RS), vinculado à Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), promoveu nesta quarta-feira uma reunião-almoço em sua sede, em Porto Alegre, com a presença do ex-governador Germano Rigotto, para discutir aspectos da implementação da reforma tributária. O evento reuniu autoridades do segmento, que teve, em julho e agosto, os melhores meses em cinco anos, em razão da retomada pós-enchentes, segundo seu presidente, Jefferson Fürstenau.
“A intenção do encontro é obter informações sobre como a reforma tributária vai impactar nos automóveis, bem como em nossas empresas, porque vão ser anos de transição onde vamos conviver com os impostos antigos e adaptação aos novos. Tínhamos uma expectativa de que haveria uma simplificação, porém não é isto que está ocorrendo. Só estão trocando os tributos, mas o número deles continua o mesmo”, salientou ele.
Também foi oficializada a doação de R$ 16.526,00 do sindicato à Fundação Pão dos Pobres, bem como um projeto social de treinamento de jovens vinculados à fundação para mão de obra para atuar nos estabelecimentos do setor automotivo, não apenas nas áreas técnicas, mas também administrativas e comerciais. Um termo de acordo foi assinado entre as entidades. Ainda conforme o presidente, a melhoria no setor mais recentemente ocorreu devido às indenizações das seguradoras.
“Houve um ingresso de dinheiro que não foi do governo. Por isso o segmento cresceu tão rapidamente. Não adianta termos a suspensão do pagamento da dívida do governo estadual à União, embora tenha sido importante, mas com a perspectiva de que ela retorne no futuro. Carregamos uma bola de neve para um Estado que já vem carregando um peso nas costas muito grande”, salientou. Para Rigotto, há “avanços importantes” no projeto da reforma em relação ao sistema tributária atual.
“O setor automotivo é um que emprega muito no Brasil. Tivemos também alguns indicadores importantes positivos nos últimos dias, como o crescimento do PIB no segundo trimestre, de 1,4%, o que surpreendeu. Outro fator é a expectativa da nova taxa básica de juros do Banco Central”, comentou o ex-governador, para quem a alta carga tributária no segmento é algo que frustra investimentos. “A carga hoje é em torno de 40%. Se permanecer na alíquota base de 26,5% (pela soma dos tributos IBS e CBS) há uma melhora incrível. Também há a não cumulatividade, porque significa mais competitividade. Vejo avanços, mas acredito que há ainda etapas a serem vencidas”, comentou Rigotto.