Revendas ilegais de gás de cozinha predominam no País
No Rio Grande do Sul são vendidos 1,9 milhão de botijões por mês
publicidade
A cada 12 segundos, é vendido um botijão no Brasil, uma média de 33 milhões por mês. Só no Rio Grande do Sul são cerca de 1,9 milhão de unidades até 13 quilos a cada 30 dias.
Mesmo sendo indispensável nas cozinhas, os consumidores de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) têm muitas dúvidas e reclamam de serem enganados. Conforme Mello, é impossível adulterar o gás porque não existe nada que possa ser misturado ao combustível. Porém, há revendedores ilegais que entregam o cilindro incompleto. “Ninguém comete meio-crime. Todos que se propõem a cometer uma irregularidade, cometem duas”, avisa.
Para evitar essa prática, a fiscalização é realizada de forma compartilhada entre a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Estado e prefeituras. “É o segmento que mais tem atividade informal dos fiscalizados da ANP, porque é pulverizado. Em toda casa tem um botijão. Pode não ter água encanada, mas tem gás”, explica o coordenador do escritório regional da ANP, Edson Silva.
Em Porto Alegre, a venda irregular é praticamente nula, de acordo com o Procon Porto Alegre. Existem na Capital 150 estabelecimentos com todos os certificados exigidos e 5,5 mil no Rio Grande do Sul inteiro. O coordenador de Atendimento do Procon municipal, Roberval de Barros, explica que o comprador pode ser vítima do entregador. Ele mesmo já adquiriu um P45, que veio pela metade. “Liguei direto para a empresa e trocaram”, conta. Antes da venda do chamado “liquinho” ser proibida, o setor recebia muitas queixas sobre os recipientes de gás. Porém, com o reforço nas abordagens aos depósitos e revendas, as reclamações deram lugar aos telefonemas com dúvidas. “Muitas pessoas pensam que o preço é tabelado, mas não é”, diz.
O diretor de Fiscalização do Procon Porto Alegre, Valdemar da Silva Camargo, explica que o consumidor pode solicitar a pesagem do botijão ao adquiri-lo, ou na hora de devolver. “No de 45 quilos, pode ficar uma massa residual, porque, quando o gás é utilizado no fogão comum, ele se esvai na totalidade, mas quando é usado para banho, pode matar a pressão e não sair da garrafa”, esclarece. Quando existe uma diferença, a empresa é obrigada a descontar o valor. Os caminhões das autorizadas, normalmente, têm balanças. No Procon/RS, o número de queixas sobre a venda de gás é muito pequeno.