Rio Grande do Sul tem resultado orçamentário de R$ 3,340 bilhões em 2022

Rio Grande do Sul tem resultado orçamentário de R$ 3,340 bilhões em 2022

Déficit previdenciário aumentou, mas ficou abaixo da inflação graças às reformas e Regime de Recuperação Fiscal, afirma governo

Henrique Massaro

Confira agenda desta quinta-feira

publicidade

O Rio Grande do Sul obteve, em 2022, um resultado orçamentário – relação entre despesas e receitas – de R$ 3,340 bilhões, superando os R$ 2,546 bilhões de 2021. Os dados fiscais foram apresentados nesta terça-feira, no Palácio Piratini, pelo governador Eduardo Leite e pela secretária da Fazenda, Pricilla Maria Santana, que atribuiu o resultado às reformas estruturais implementadas e à entrada do Estado no Regime de Recuperação Fiscal (RRF), que permitiu ao governo reprogramar R$ 3,6 bilhões de dívida interna que seriam pagos no ano passado.

O déficit previdenciário do Estado em 2022 foi de R$ 9,296 bilhões, acima, portanto, dos R$ 9,012 milhões negativos de 2021. A secretária, no entanto, explicou que, em anos anteriores, este crescimento costumava ser desordenado, e que considera a variação atual baixa, já que é menor do que a inflação. Segundo ela, a taxa de crescimento foi modificada graças à Reforma da Previdência do Estado, de 2020. Já o governador mencionou que no primeiro ano de governo o déficit era de cerca de R$ 11,5 milhões, e que no ano passado este valor poderia ficar entre R$ 14 milhões e R$ 15 milhões. "O efeito da reforma é perene não só pelo que ela gera de crescimento menor, mas também pelo volume potencial”, disse Leite. 

Com relação ao Regime de Caixa, porém, o ano de 2022 teve uma diferença maior em comparação ao anterior. O Estado fechou em R$ 1,325 bilhão no ano passado; em 2021, o valor foi R$ 4,658. O principal efeito sobre a arrecadação, de acordo com a titular da Fazenda, foi a aprovação das Leis Complementares 192 e 194 que, respectivamente, prevêem alíquota única entre os estados na cobrança de ICMS sobre combustíveis e aplicação de alíquotas de ICMS pelo piso nos serviços e produtos considerados essenciais. “De certa forma, implicaram numa corrosão no nosso principal imposto, que é o ICMS”, disse Pricilla. 

A secretária ressaltou que ainda existem desafios importantes, mas afirmou que o Rio Grande do Sul trilha um caminho de recuperação e melhoria do ponto de vista estrutural. De acordo com ela, o principal impacto das reformas estruturais é no resultado previdenciário. A receita da Privatização da CEEE-T, por exemplo, impactou R$2,7 bilhões em outubro de 2021, enquanto que a privatização da Sulgás rendeu R$ 955 milhões em janeiro de 2022. Ainda no ano passado, a receita da privatização da CEEE-G, em outubro, foi de R$ 200 milhões, e, em novembro, as concessões de parques renderam R$ 150 milhões. 

Regime de Recuperação Fiscal e perdas do ICMS

As reformas estruturais, segundo a secretária, foram preponderantes para o Estado mitigar os efeitos da perda de arrecadação de ICMS. Outro fator, ainda de acordo com ela, foi a entrada no RRF. O Regime permitiu ao Rio Grande do Sul reprogramar os pagamentos da dívida de R$ 3,6 bilhões, que acontecerão proporcionalmente a 10% durante os próximos nove anos. “Não seria possível obter esses resultados sem essa suspensão de dívida”, explicou Pricilla. 

Apesar disso, a titular da pasta afirmou que o RS pode perder aproximadamente R$ 1,1 bilhão por mês se não conseguir compensações que pleiteia junto ao governo federal. As tratativas com Brasília são para uma recomposição das perdas de 2022 e com relação à TUST e da TUSD – Tarifa de Uso do Sistema de Transmissão de Energia Elétrica (TUST) e Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição (TUSD). Estas duas tarifas integravam a base de cálculo do ICMS que, com a Lei Complementar 194, foram retiradas. Para o Rio Grande do Sul, isso representa uma perda de R$ 240 milhões em arrecadação por mês. O Estado busca, junto ao STF, ter, pelo menos, um período de transição para poder fazer frente às perdas. 


Azeite gaúcho conquista prêmio internacional

Produzido na Fazenda Serra dos Tapes, de Canguçu, Potenza Frutado venceu em primeiro lugar na categoria “Best International EVOO” do Guía ESAO

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895