Secretário do Ministério da Economia diz que maior desafio do país é agilizar acesso ao crédito

Secretário do Ministério da Economia diz que maior desafio do país é agilizar acesso ao crédito

Gustavo Ene explicou quais são as medidas adotadas pelo governo no cenário de crise econômica

Felipe Samuel

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As consequências do novo coronavírus na economia brasileira e as medidas adotadas pelo governo federal foram tema da videoconferência promovida, nesta quarta-feira, pela Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul). Convidado a abordar as ações implementadas pelo governo no programa "Tá na Mesa", o secretário de Desenvolvimento da Indústria, Comércio, Serviços e Inovação do Ministério da Economia, Gustavo Ene, afirmou que o país vive uma crise das incertezas, que envolve os desdobramentos da Covid-19 e a economia.

Para garantir a sobrevivência de micro e pequenos empresários, ele explicou que um dos maiores desafios do Ministério da Economia é agilizar o acesso a crédito e tentar colocar taxas menores de juros. Ao afirmar que o ministério quer avançar nessas questões de forma estruturada, Ene lembrou que um dos problemas para ampliar investimentos no país é o chamado "custo Brasil", que envolve as dificuldades estruturais, burocráticas e econômicas que encarecem e comprometem novos investimentos pelas empresas - além de piorar o ambiente de negócios.

Mas admitiu que há dificuldade para os empresários acessarem crédito. "Juros estão mais altos porque os riscos aumentaram. A ideia é tentar colocar crédito com juros menores e agilizar acesso ao crédito. Esse é um desafio enorme que o Brasil tem pela frente", destacou. Conforme Ene, em relação à média dos países integrantes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o custo para investir no Brasil é R$ 1,5 trilhão mais caro. Ele reforça que a pandemia do novo coronavírus provocou 'efeito manada' na economia nacional, com cancelamentos de eventos e reflexos em outros setores da economia.

Para Ene, o isolamento social necessário afetou o comércio de várias cidades, reduzindo circulação das pessoas e demanda por serviços turísticos e de consumo. "A cadeia (econômica) congelou, houve efeito dominó extremamente agressivo", justificou. Ao elencar os principais problemas enfrentados no país, ele destacou os seguintes pontos: custo com qualificação da mão de obra; alta tributação; falta de infraestrutura; concessão de crédito e excessiva regulação por parte do Estado. Soma-se a isso os efeitos 'perversos' da doença na economia, e o cenário econômico é o atual. "É a gestão do caos, não de crise", resume.

A necessidade de reforma tributária e de reduzir a burocracia também foram pontos destacados na reunião. Ene também explicou que o governo adotou medidas emergenciais para "não deixar nenhum brasileiro para trás, mas garante que há um número elevado de empresas que não aproveitaram as medidas oferecidas pelo governo. Ele reforça a atuação do Banco Central e do BNDES. "Fizeram grandes transferências de recursos para o sistema financeiro para gerar liquidez, ainda em abril. Todas as empresas com histórico grande tomaram todos os recursos possíveis", comparou.

Com mudanças no cenário econômico, ele diz que os riscos aumentaram, por isso foi necessário acelerar "algumas ferramentas para dar solução" ao risco. Ele informa que as empresas com faturamento de até R$ 300 milhões podem buscar recursos junto aos bancos. Sobre a atuação do governo gaúcho, cobrou maior protagonismo junto ao governo federal para atender às demandas do estado. A presidente da Federasul, Simone Leite, afirmou que a iniciativa privada e o poder público precisam unir esforços.

Apesar de elogiar o trabalho do ministro da Economia, Paulo Guedes, cobrou agilidade no acesso a crédito para os empresários, que reclamam da burocracia para conseguir recursos junto aos bancos. "É preciso estabelecer políticas econômicas que favoreçam empreendedorismo neste momento de dificuldade", alertou. Vice-presidente Federasul, Anderson Cardoso afirmou que o atual cenário econômico representa um desafio para manter empresas vivas.

"Têm empresas centenárias fechando em diversos setores. Indústria do RS registrou queda de 20%, o comércio teve perda de 40%, setor de serviços mais de 50%", esclarece. Ele critica ainda a dificuldade dos empresários para acessar os recursos do governo federal. "Não estão chegando na ponta, empresas estão sem condições de acessar crédito com taxas elevadas", completou.


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