Secretaria da Agricultura rebate argumento para aumento do preço da costela
Supermercadistas apontam portaria estadual para carne com osso para justificar projeção de alta em 10%
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O impasse se deu em função do documento que estabelece a necessidade de um pedido prévio para trazer carne com osso de outras regiões do Brasil, além de uma nova inspeção federal na chegada do produto. A medida não pode ser utilizada para justificar a projeção de aumento de 10% em um dos itens mais vendidos em datas festivas, segundo o secretário Luiz Fernando Mainardi. “Quando há um aumento de consumo, sempre se elevam os preços. É a velha lei do mercado, e não a disciplina com a portaria”, avaliou.
No entanto, somente os maiores grupos do setor de supermercados possuem entrepostos com inspeção federal ou estadual e os principais prejudicados com a medida serão as pequenas e médias empresas, segundo a Agas. Já o presidente da Comissão de Pecuária de Corte da Federação de Agricultura do Estado (Farsul), Carlos Sperotto, avaliou que, desde o estabelecimento da portaria, no ano passado, não houve prejuízo para os pecuaristas.
Em datas como o Dia das Mães, 70% da costela de gado consumida é procedente de outros estados. Com os mercados do frango, suínos e leite, por exemplo, a situação é inversa. A Agas adverte que em retaliação à portaria da carne, há o risco de São Paulo aumentar o imposto sobre o leite gaúcho, já que 40% da produção do Estado é destinada ao mercado paulista. Ainda assim, a entidade projeta um crescimento de 7% nas vendas perto do dia 13 de maio.