Seminário discute cenários econômicos e políticos

Seminário discute cenários econômicos e políticos

26º Seminário Econômico Família Prev ocorre no BarraShoppingSul, nesta sexta-feira

Paula Maia

Questões econômicas e políticas afetam diretamente o ambiente de investimentos

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O presidente da Família Prev, Rodrigo Sisnandes, destacou ontem a importância do tema da previdência e a relevância de discutir cenários econômicos e políticos futuros na abertura do 26º Seminário Econômico Família Prev, no Centro de Eventos do BarraShoppingSul, em Porto Alegre. Sisnandes ressaltou ainda a necessidade de estar atento às questões econômicas e políticas, especialmente no período pós-eleitoral, que afeta diretamente o ambiente de investimentos e o planejamento de longo prazo.

O tema da edição deste ano do evento é “Caminhos para o Rio Grande” e teve como convidados o economista Bruno Funchal e o cientista político Alberto Carlos Almeida. Sobre as contribuições previdenciárias, Sisnandes considerou que o desafio é conscientizar a população sobre a importância de poupar, o que é difícil em um contexto de baixa educação financeira e muitos trabalhadores informais.

Outro desafio, que o Rio Grande do Sul já vive, é o envelhecimento populacional que gera problemas, como a falta de recursos para manter padrões de vida adequados na terceira idade. Ele alerta que a classe empresarial terá de manter trabalhadores por mais tempo e destaca que futuros desafios envolverão reformas previdenciárias. “As pessoas vão precisar se preparar em termos de previdência privada. Esse modelo de capitalização está disponível para uma pequena parcela da população. É um produto, vamos dizer assim, necessário, mas não são percebidos como uma necessidade”, considerou.

Funchal destacou a dificuldade em prever o crescimento econômico, citando estudos que mostram que nos últimos anos as previsões feitas por economistas foram equivocadas. “Erraram muito o crescimento, para baixo”. Entretanto, enfatizou que, apesar dessas dificuldades, as decisões de investimento se baseiam tanto em dados econômicos quanto em análises políticas, conectadas aos cenários nacional e internacional.

Segundo ele, a estratégia se apoia em entender tendências e riscos globais e nacionais, o que serve como base para definir as estratégias de investimento. O economista analisa o cenário de queda sincronizada nas taxas de juros globais, impulsionada pela redução dos juros nos Estados Unidos. Ele vê essa tendência como positiva para os ativos e a economia, indicando que a política monetária está funcionando e que a inflação está convergindo para as metas sem causar uma recessão profunda.

“Isso é algo que é muito forte para trazer uma dinâmica para preços de ativos e para a economia. Com uma queda de juros americanos, você abre espaço para a queda de juros de outros países. Você tem sincronizadamente um número de reduzidos de juros. Isso é positivo”.

No entanto, ele apontou riscos, especialmente ligados às eleições americanas: uma possível vitória de Donald Trump poderia gerar mais barreiras econômicas e inflação, enquanto uma vitória de Kamala Harris implicaria em uma política fiscal expansionista, aumentando o déficit americano e pressionando os juros.

Na China, há incerteza sobre o crescimento e expectativa por um novo pacote econômico. Já no Brasil, enquanto outros países estão reduzindo juros, a tendência brasileira é oposta devido ao crescimento, baixo desemprego e a inflação que voltou a aumentar em alta, o que exige atenção da política monetária.

Já o cientista político considerou a imprevisibilidade de desfechos na política. Ele observou que embora se conheça a lógica e os mecanismos de funcionamento político brasileiro, os resultados muitas vezes dependem de negociações de última hora. Sobre as próximas eleições presidenciais, Almeida acredita que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva provavelmente será candidato à reeleição e considera que o ex-presidente Jair Bolsonaro, enfraquecido após a última eleição, dificilmente será anistiado para concorrer novamente. Esse desgaste inclui perda de apoio do Centrão e das lideranças regionais.

Diante disso, de acordo com Almeida, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, surge como possível candidato competitivo da direita.

Coletiva de imprensa do 26º Seminário Econômico Família Prev | Foto: Pedro Piegas

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