Setor imobiliário apresenta desaceleração em Porto Alegre
Imóveis para aluguel vagos aumentaram 18,43% e oferta de imóveis usados 27,93%
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Em relação às locações, em 2014 foi registrado um crescimento de 18,43% no estoque de imóveis. Isso significa que estavam disponíveis 8.063 unidades. Em 2012, o estoque era de 5.717 unidades. Na prática, o maior número de imóveis disponíveis faz com que o tempo para locá-los aumente. Enquanto em 2013 demoravam seis meses em média para serem locados, no ano passado esse período pulou para oito meses.
Os preços médios dos alugueis residenciais tiveram crescimento de 6,95%, o que é inferior ao índice da inflação. No segmento de comercialização, os dados também não foram animadores. Houve avanço de 27,93% na oferta de imóveis usados em Porto Alegre. As justificativas para o desempenho não muito favorável no ano passado estão ligadas à retração da economia, realização da Copa do Mundo e ao período eleitoral.
Apesar de neste ano não termos tantos eventos atípicos, as estimativas são cautelosas em relação ao mercado imobiliário. Além do tempo para locação de imóveis, deverá haver uma dificuldade maior para a comercialização. A estimativa do Sindicato é de que a procura para a compra caia ao longo de 2015, em parte porque há uma previsão de queda na taxa de emprego na cidade. Automaticamente, há preocupação com a possibilidade de crescimento na inadimplência.
Apesar dos dados não animadores, o presidente do Secovi, Moacyr Schukster, ressalta que os imóveis ainda são rentáveis. Segundo ele, nos últimos anos houve uma elevação de preço, o que os tornam um investimento interessante. “Imóveis seguem sendo bons negócios. Após os meses de euforia, agora vivemos um período de aceleração menor, mas eles não perderam o seu valor”, argumentou.
Sobre os vários estudos especiais feitos pelo Secovi, merece destaque o que apontou o aumento significativo dos gastos dos condomínios da Capital gaúcha com os serviços de segurança. Para se ter noção, no ano de 1995 era destinado, em média, 1% dos recursos para itens ligados à segurança dos moradores. Em 2005, esse percentual pulou para 6,5%, e em 2014 chegou a 12%. “É uma demonstração clara de que a segurança tem recebido atenção especial por parte dos condomínios”, explica o consultor estatístico da Agademi, Alexandre Monguilhott.