Soea conecta engenheiros a oportunidades em Angola, Moçambique e Portugal

Soea conecta engenheiros a oportunidades em Angola, Moçambique e Portugal

Evento reúne profissionais da área em Gramado até sexta-feira

Correio do Povo

Diálogo entre lideranças dos países ocorreu na 78ª Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia (Soea)

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Desafios e oportunidades das áreas das engenharias, agronomia e geociências em países de língua portuguesa foi o foco do diálogo entre lideranças de Angola, Moçambique e Portugal, durante um dos painéis da 78ª Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia (Soea), que ocorre até sexta-feira em Gramado. Presidente do Confea (Conselho Federal de Engenharia e Agronomia), o engenheiro civil Joel Krüger obervou a necessidade de cooperação entre as nações. “A integração é essencial nas relações internacionais, o que passa pelo idioma comum e pela proximidade das questões culturais e sociais”, disse.

Ele falou da importância da mobilidade profissional. “Temos excelente oportunidade para avançar nesta ação, nos moldes que temos com a Ordem dos Engenheiros de Portugal, que é muito forte e de longa data. Queremos estender este projeto para os demais países de língua portuguesa”, afirmou.

O estande da Ordem dos Engenheiros de Portugal (OEP) é uma das grandes novidades da ExpoSoea deste ano. Os vice-presidentes Jorge Liça e Lídia Santiago, além de membros da Direção de Relações Externas, recepcionam o público com informações sobre protocolo de mobilidade firmado com o Confea; instruem sobre como ser membro da OEP e apresentam as vantagens de ser um associado. Destaque para as mais de 300 oportunidades no ramo da engenharia para os brasileiros interessados em um novo projeto de carreira. Ainda no local, os recém-formados podem conhecer os detalhes sobre o Grupo de Jovens Engenheiros (GJE), que é composto por membros da OEP com idades até 34 anos e tem a missão de conectar a OEP com a juventude e os futuros profissionais, promovendo uma rede de networking. 

Jorge Liça apresentou a missão da entidade que foi criada em 1936 e cuja competência é atribuir o título profissional de engenheiros. “Além disso, contribui para o progresso da engenharia portuguesa, promove valorização dos membros nos domínios científico, profissional e social, zela pelo cumprimento das regras de ética e deontologia e regula o exercício da profissão”, listou o vice-presidente da entidade que reúne mais de 60 mil membros de níveis efetivo, sênior e conselheiro. “A ordem valoriza o aperfeiçoamento dos engenheiros por meio de níveis de qualificação e títulos de especialista”, informou.

O estande foi divulgado pelo presidente Krüger durante o painel internacional. “Pela primeira vez, temos este espaço na Soea para divulgar a parceria com o Confea. Vamos propor que a edição do próximo ano, que será na Bahia, tenha outra novidade: um estande da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa com todas as Ordens de Engenheiros”, sinalizou.

O bastonário da Ordem dos Engenheiros de Angola,  Augusto Paulino, vê oportunidades na agricultura familiar para engenheiros em seu país. “Dos desafios às oportunidades, cabe a nós, engenheiros, construir realidades a partir de acordos de cooperação técnica; montagem de força-tarefa para supervisão e operação de projetos pilotos; estabelecimento de roteiros de implantação de projetos agrícolas e de pequeno porte; treinamento para agricultores”, sugeriu. Pesquisa, investigação e extensão rural são o caminho para que o setor avance no país, que espera contar com a atuação de “pessoas verdadeiramente interessadas no desenvolvimento da agricultura”, ressaltou. “A sociedade espera e exige da Engenharia uma contribuição efetiva na valorização da cidadania e na melhoria da vida das populações”, observou

Representando a sétima nação mais pobre do mundo, o bastonário da Ordem de Engenheiros de Moçambique, Feliciano Dias, salientou que o país africano enfrenta problemas de escassez de pessoal técnico qualificado, falta de incentivo para investigação e inovação, além de ventos acima do normal e dificuldades financeiras para recuperação de infraestruturas danificadas. Nesse sentido, Moçambique tem potencial para agricultura e construção de infraestrutura e dispõe de recursos naturais para alavancar o progresso. “Produção em larga escala de culturas de alto valor comercial, adoção de práticas agrícolas sustentáveis, melhoramento de laboratórios e mitigação de impactos climáticos são algumas oportunidades em que os engenheiros podem atuar”, pontuou.

Prestigiando o encontro, o presidente da Federação Mundial de Organizações de Engenharia (Fmoi), José Vieira, elogiou o intercâmbio de experiências entre as entidades. “Sempre tentei que nossos colegas de países de língua portuguesa estivessem inseridos na família global da engenharia”, comentou.  

Aos representantes das Ordens de Engenheiros, Vieira sugeriu fortalecer a cooperação. “Neste meu mandato fazemos questão de ter contato com a Organização das Nações Unidas, principalmente nos segmentos de água, agricultura e telecomunicações. A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, a FAO, por exemplo, quer firmar parceria com entidades de Engenharia para desenvolver o segmento agrícola na África. Essa iniciativa pode gerar progresso para os países de língua portuguesa”, incentivou a liderança.


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