"Surpresa grande", diz Campos Neto sobre inflação brasileira

"Surpresa grande", diz Campos Neto sobre inflação brasileira

IPCA de março, divulgado na última semana, apresentou alta de 1,62%, a maior variação para o mês desde 1994

R7

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A elevada inflação brasileira, sobretudo em relação ao IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de março, foi motivo de "surpresa", na avaliação do presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto. Em palestra nesta segunda-feira, o líder financeiro afirmou que a alta de 1,62% em março, a maior na comparação com o mesmo mês desde 1994, foi influenciada pelas consequências da guerra entre Rússia e Ucrânia

Contribuíram para a alta os preços dos combustíveis e dos alimentos, detalhou Campos Neto. "O índice mais recente que saiu foi uma surpresa. Estávamos vendo uma velocidade da passagem do combustível para a bomba um pouco mais rápida, e que esse próximo índice seria um pouco maior, e o próximo (abril), um pouco menor. Parte foi isso, mas outros elementos, como vestuário e alimentação fora do domicílio, vieram como uma surpresa grande."

O IPCA acumula 11,30% nos últimos 12 meses, o maior índice desde 2003. "A realidade é que nossa inflação está muito alta", admitiu Campos Neto. Ainda assim, ele disse que houve uma apreciação do câmbio, o que colocou o real entre a melhor moeda do G20 no acumulado do ano. Com isso, a expectativa é que, em abril, os reflexos na inflação sejam melhores. 

"Temos tido uma melhora do câmbio, parte ainda não refletida nos preços. Algumas projeções levam pouco em consideração. A parte de crédito subindo de forma sustentável. A parte fiscal tem surpreendido com números melhores. A verdade é que, num ambiente de inflação, fomos capazes de conter gastos", ponderou o presidente do Banco Central, destacando, ainda, o papel da instituição para segurar a inflação. 

O principal instrumento adotado pelo Banco Central para controlar a inflação é a manutenção da taxa básica de juros, a Selic. A última decisão da instituição elevou a Selic em um ponto percentual, chegando a 11,75% ao ano. 

A previsão de inflação do Copom (Comitê de Política Monetária) para 2022 é de 7,1%, enquanto a meta era de 3,5%. Portanto, a meta do ano não deve ser cumprida. Por isso, o BC estuda adotar nova alta da Selic. No Relatório Trimestral da Inflação, anunciado no fim de março, o Copom anteviu novo reajuste da Selic para 12,75% ao ano.

O objetivo é calibrar as taxas de juros mirando 2023. "Vamos analisar os fatores que estão gerando os fatores inflacionários e comunicar isso no momento apropriado", afirmou Campos Neto. 


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