Taxa de desocupação sobe de 5,4% para 9,1% em três anos, diz FEE
Demissões no primeiro semestre nos últimos cinco anos tiveram avanço de 36,6%
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Segundo o estudo, principal fator capaz de explicar o aumento da taxa de desocupação no Rio Grande do Sul entre o primeiro trimestre de 2012 e o mesmo período de 2017 são as demissões, que consistem em 36,6% do avanço total. Isso ocorre devido à chance de um cidadão perder ocupação no trimestre seguinte e se tornar um desocupado, que avançou de 0,7% para 1,20% no período. Stein explicou que, em um período de recessão, já espera-se que as demissões cresçam.
“Surpreendente, é que, em segundo lugar, esteja o componente associado à entrada das pessoas não economicamente ativas para a situação de desocupação”, pondera Stein. Ainda de acordo com ele, uma parte do fenômeno pode ser explicado porque, enquanto chefes de família perdem a ocupação, por exemplo, outros membros que estavam fora da força de trabalho agora precisam oferecer sua mão-de-obra no mercado. Isso, por sua vez, é indicativo de que a crise pode ter alterado a alocação intrafamiliar da força de trabalho.
A Carta de Conjuntura também mostrou a deterioração do mercado de trabalho na Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA), durante a crise econômica. Conforme dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego na RMPA (PED-RMPA), a taxa de desemprego total subiu de 5,9% em 2014 para 8,7% em 2015 e para 10,7% em 2016. Na comparação de 2014 com o ano passado, o economista Raul Luís Assumpção Bastos mostrou que o número de desempregados na região teve um acréscimo de 89 mil pessoas, passando de 113 mil para 202 mil.
O salário médio real, que havia apresentado leve variação negativa em 2014, mostrou uma queda forte de 8,2% em 2015 e de 7,3% em 2016, situando-se no menor patamar da série histórica da Pesquisa. “A conjuntura de crise econômica não trouxe consigo elevação da desigualdade dos rendimentos do trabalho assalariado. Ela provocou uma considerável redução da desigualdade salarial”, explicou o economista.