Tour Cervejeiro promove visitas a fábricas e mostra processo de criação da cerveja artesanal

Tour Cervejeiro promove visitas a fábricas e mostra processo de criação da cerveja artesanal

Evento conta com 40 vagas e passaporte custa R$ 135,00

Stephany Sander

Tour Cervejeiro promove visitas a fábricas e mostra processo de criação da cerveja artesanal

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Visando fomentar ainda mais as empresas do Polo da Capital, foi iniciado em outubro o Tour Cervejeiro, que promove visitas guiadas a quatro fábricas, mostrando o processo de criação de cada tipo de cerveja e oferecendo degustação e confraternização entre participantes e representantes das marcas. “Queríamos algo nos moldes do turismo realizado nas vinícolas”, conta a gestora do Sebrae/RS. O Tour Cervejeiro conta com 40 vagas e é uma realização da Matinê Cervejeira com apoio do Sebrae/RS, da Secretaria de Turismo de Porto Alegre e da MaltStore. O passaporte custa R$ 135,00 e inclui transporte desde o ponto inicial até o final, além de kit exclusivo do evento. Informações pelo contato@matinecervejeira.com.br.

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A região da Serra Gaúcha também tem opção de passeio aliado à degustação de cervejas. Lançada oficialmente em outubro, a Rota Cervejeira é um trajeto elaborado em parceria com as secretarias de Turismo de Nova Petrópolis, Gramado e Canela. O roteiro conta com visitação a duas cervejarias de Gramado, a Gram Bier e a Rasen Bier; a Cervejaria do Farol, em Canela; e duas microempresas em Nova Petrópolis, a Edelbrau e a Vitrola.

Moacir Scheneider administra a Vitrola. O jardim da casa do microcervejeiro, no Centro de Nova Petrópolis, hoje abriga um pub a céu aberto. Formado em Publicidade e Propaganda, Moacir começou a fabricar cerveja em 2009, para incentivar um amigo a fazer a sua própria bebida. Ele gostou tanto da experiência que acabou trocando seu negócio de serigrafia pela Cerveja Vitrola. “Começamos a produzir em casa para os amigos e conhecidos e a demanda foi crescendo. Minha irmã, Dani, entrou de sócia e com o passar do tempo ela fez um curso de biersomelie.

Encantando com o mundo da cerveja, também iniciei uma especialização na área e em 2013 obtivemos o registro do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para começar a comercializar nossos produtos.” Ele produz hoje seis tipos de cerveja, além de copos, camisetas e outros suvenires da Vitrola. Ele atualmente distribui seus produtos para mais de dez locais, incluindo restaurantes e bares de Porto Alegre, Bento Gonçalves, e Santa Cruz, além de sua cidade de origem. Moacir só não dobra seu estoque porque trabalha sozinho. Sua produção é de 1,2 mil litros mês. “Eu gosto de fazer todos os processos de cada cerveja. Gosto de garantir que o produto vai ser do jeito que ele precisa ser feito, mas confesso, está ficando difícil, vou ter que contratar alguém mais cedo ou mais tarde.”

Com centenas de cervejeiros que ainda não comercializam seus produtos, o Vale do Sinos conta com dez cervejarias artesanais regulamentadas: a Buck Craft Beers, em São Leopoldo; a Cervejaria Adoma, de Ivoti; a Alenda, de Morro Reuter; Cervejaria Hunsrück, de Dois Irmãos; a Cervejaria Hordeum Vulgare, de Estância Velha; a Imigração, de Campo Bom; e a BeK Bier - Cervejaria Brandenburger e Krelling Ltda, Baita Bier, Maniba e a Elementum de Novo Hamburgo.

A história do veterinário Cristiano Winck, proprietário da Maniba, não foge da que é contada pela maioria dos microcervejeiros. Do hobby, a cerveja passou a ser o seu negócio e hoje, ele produz 8 mil litros da bebida por mês. “Comecei a produzir em casa minhas receitas de panela em 2008, mas a marca só foi fundada e passou a ser vendida de maneira regulamentada em 2013. Iniciei com quatro tipos de cerveja e hoje tenho 14 diferentes produtos”, explica ele, apontando entre os destaques da empresa, seis cervejas que já foram premiadas dentro e fora do Brasil. “Nossas cervejas não são feitas para concorrer, isso que nos deixa mais felizes”, salienta, destacando a Red Meth, que foi escolhida neste ano como a Melhor Cerveja do Brasil na categoria Belgian-Style Flanders Oud Bruin or Oud Red Ale no Concurso Brasileiro de Cervejas, em Blumenau, Santa Catarina. 

Conforme o microcervejeiro, a fase que o Brasil vive hoje pode ser comparada à Revolução da Cerveja, nos anos 80, dos Estados Unidos. “As cervejas de verdade, puro malte, e com mais teor de qualidade estão ganhando espaço. O consumidor está percebendo a diferença de grandes marcas que adicionam até milho nas receitas para barateá-las, enquanto as produções artesanais investem no sabor e em bebidas mais encorpadas.”

Uma das atividades que já virou tradição anual para o setor é Encontro das Cervejarias Artesanais, que este ano chegará à sua quarta edição, em novembro, em Feliz. O município ostenta, desde o ano passado, o título de Capital Estadual da Cerveja Artesanal, possuindo 130 cervejeiros e uma empresa regulamentada pelo Mapa, a Cervejaria Altenbrünck. O Encontro ocorre durante três dias, com degustação das bebidas das cervejarias de várias regiões do Estado e realização de cursos.

Além de Feliz, a região do Vale do Caí também se destaca por abrigar a Cervejaria Barley, em Capela de Santana. A marca surgiu em 1992, quando os atuais sócios Francisco Assis Stürmer e o cervejeiro Vitor Hugo Schwarz produziam cerveja para degustar com um grupo de amigos. Com o passar do tempo, a dupla decidiu incrementar a produção. Em 2002, as cervejas Barley começaram a ser vendidas comercialmente. “Todas nossas cervejas e chopes são fabricados conforme a Lei de Pureza elaborada em 1516, na Baviera, Alemanha”, explica Stürmer. A Lei, considerada uma das regulamentações mais antigas do setor de alimentos, define que toda cerveja deve ter apenas água, malte, lúpulo e fermento, sem conservantes. É possível degustar as bebidas na sede da cervejaria, que é aberta ao público para tour guiado (informações pelo barley@barley.com.br). Além disso, a fábrica também conta com um espaço aberto para festas, encontros e reuniões empresariais: a Barley Haus.

Mais ao Centro do Estado, as cidades de Lajeado, Estrela, Ijuí, e Santa Cruz do Sul também têm cervejarias artesanais. A mais antiga e regulamentada é a Heilige, do município de Santa Cruz do Sul, que começou produzindo apenas 6 mil litros por mês, em 2010, e hoje já ultrapassa a marca de 80 mil litros mensais, fabricando também para as marcas Perro Libre e Malvadeza, de Porto Alegre. A Heilige foi eleita a Melhor Cervejaria de 2015 no South Beer Cup. 

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