Três pessoas de uma mesma família são demitidas da Azaleia
Fábrica de calçados dispensou 840 funcionários nessa segunda-feira na unidade de Parobé
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Juntos, Jair e Casemira ganhavam R$ 1,5 mil e Eder, R$ 700. A família havia feito um financiamento de R$ 15 mil – que seria pago em 58 parcelas de R$ 420 – para reformar a casa. Apenas três prestações já foram quitadas. Segundo Jair, o dinheiro da indenização pelas demissões será usado para terminar de pagar o financiamento. Os funcionários dispensados estão fazendo o exame demissional ao longo do dia. Antes da demissão coletiva, 2.580 pessoas trabalhavam na empresa.
Tentativa de chamar a atenção
Para a prefeita de Parobé, Gilda Maria Kirsch, a demissão coletiva é uma forma da empresa chamar a atenção do governo do Estado. Segundo ela, a Vulcabras, que comprou a Azaleia há três anos, critica a falta de incentivos fiscais. A empresa possui 22 unidades fora do município – em outros Estados brasileiros, na Índia, Argentina e China.
Gilda estranhou a decisão rápida da empresa, sob alegação de que precisava resolver os custos de produção e captar mão de obra barata. A prefeita lembrou que a Azaleia é "pujante" e comandava o setor calçadista no município. Cerca de 70% do orçamento de Parobé vem desse setor.
Gilda está em Brasília, participando da marcha dos prefeitos, mas deve retornar ainda hoje para se reunir nesta quarta-feira com a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Sindicato do Setor Calçadista, Câmara de Vereadores e representantes da indústria calçadista. A ideia é que pelo menos 60% dos trabalhadores demitidos sejam absorvidos pelas empresas locais. Além da Azaleia, outras grandes unidades calçadistas do município são Bottero, Crysalis e Bibi.
Nesta manhã, a prefeita tem reunião com a bancada gaúcha e pretende deixar agendada, para a próxima semana, um encontro com o ministro da Indústria, Fernando Pimentel. Ela vai pedir para que o governo federal crie políticas públicas que viabilizem incentivos às indústrias e evitem que outras fábricas fechem.
Parobé tem cerca de 52 mil habitantes e mais de 200 empresas e ateliês calçadistas, que são responsáveis pelo sustento de 40% da população. A Azaleia chegou a possuir 12 mil funcionários.