Trabalhadores da Avibras entram em greve por 24 horas após demissões

Trabalhadores da Avibras entram em greve por 24 horas após demissões

Em recuperação judicial, a empresa demitiu 420 funcionários

Agência Brasil

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Após a demissão de 420 funcionários da Avibras Indústria Aeroespacial, empresa brasileira fabricante de equipamentos bélicos e de defesa civil, os trabalhadores decidiram, em assembleia na manhã desta segunda-feira, fazer greve de 24 horas.

O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos vai se reunir com representantes da empresa, nesta tarde. tarde. As reivindicações são o cancelamento das demissões e a garantia de estabilidade para todos os funcionários.

Segundo os empregados, as demissões foram feitas sem nenhuma negociação. "Existem alternativas para não demitir, por exemplo, o lay-off. A empresa avisou na última sexta-feira, que entrou com pedido de recuperação judicial, então, fica um ponto de interrogação na cabeça de todos os trabalhadores, se vão seguir empregados ou não. Foram todos pegos de surpresa e as demissões ocorreram em todos os setores", disse o presidente do Sindicato Metalúrgicos de São José dos Campos, Weller Gonçalves.

Reuniões

Segundo Weller, o sindicato irá a Brasília ainda nesta semana para se reunir com representantes do governo federal e com o presidente Jair Bolsonaro, para pedir providências para que a empresa não seja prejudicada. "Inclusive encaminhamos uma campanha pela estatização da fábrica. Se for o caso, o governo tem que injetar dinheiro nessa empresa. Não podemos admitir de forma alguma a Avibras nesta situação."

Weller ressaltou que a alegação da empresa para as demissões e a recuperação judicial é a de que a pandemia atrapalhou a concretização de contratos, no exterior, já que deveriam ser efetivados pessoalmente. "Estamos vendo que os voos internacionais já voltaram [o que possibilita o fechamento de contratos]. A empresa segurou os trabalhadores em casa nesses dois anos, uma parte deles ficou de licença remunerada e, agora, que estamos voltando à normalidade, a empresa demite sem negociação".

É a segunda vez que o sindicato encabeça a campanha pela estatização da Avibras. A primeira vez foi em 2008, durante o governo da presidenta Dilma Rousseff. "Continuaremos nessa luta, independente de quem esteja no governo, porque a Avibras é estratégica para nosso país, por isso estaremos na linha de frente cobrando o governo para que garanta os postos de trabalho".

Avibras

De acordo com o porta-voz da empresa, o advogado Nelson Machado, as demissões foram inevitáveis, porque houve um enorme descompasso entre receita e despesa. Segundo ele, antes da pandemia, a empresa tinha uma "excelente expectativa", porque havia vários contratos sendo encaminhados para finalização. "Mas, com a pandemia, todos foram suspensos porque os países redirecionaram seus orçamentos de defesa para saúde. Além disso, todas as viagens foram suspensas. Agora vemos o mercado novamente se movimentando e esperamos que as coisas possam se normalizar mais para frente."

Machado ressaltou que o descompasso financeiro gerou um problema para a empresa que, além de precisar de socorro de bancos, continuou mantendo 1,5 mil funcionários, mesmo sem precisar deles. "Isso foi sugando o recurso de caixa da empresa e as demissões foram feitas para readequar o quadro de funcionários a uma nova realidade. E tivemos que requerer a recuperação judicial, e agora vamos apresentar um plano de recuperação".

Ele disse acreditar que, no futuro, quando os contratos forem retomados, devem ocorrer recontratações, já que a mão de obra dos funcionários da Avibras é muito específica e especializada.


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