Tributos e manutenção de custos são desafios do atacarejo no RS, avaliam representantes do setor

Tributos e manutenção de custos são desafios do atacarejo no RS, avaliam representantes do setor

A realidade de mercado foi debatida em evento da Associação Comercial de Porto Alegre

Kyane Sutelo

O presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) e vice-presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Antônio Cesa Longo, destacou dificuldades e especificidades do setor.

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O formato tributário atual e as alterações que se encaminham não são benéficas ao setor do atacarejo gaúcho, na avaliação de empresários que representam o segmento. “Essa mudança tributária vai ter um modelo híbrido. Nos próximos anos, o atacadão que tem 220 pessoas, vai precisar 320, até fazer a virada de chave”, pontuou o presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) e vice-presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Antônio Cesa Longo. Em sua visão o problema afeta o setor varejista em geral.

Também criticaram o modelo de tributação o diretor-presidente do Grupo IMEC, Eneo Karkuchinski, responsável pelo Desco Super&Atacado, e o ex-presidente do Atacadão e fundador da Associação Brasileira dos Atacadistas de Autosserviço (Abaas), José Roberto Meister Mussnich, durante participação no evento MenuPoa, da Associação Comercial de Porto Alegre (ACPA), nesta terça-feira. Mussnich defendeu que o modelo tributário brasileiro deveria ser “a mesma coisa que se fala do modelo atacarejo: simples e entendível”. Karkuchinski também avaliou o formato atual como negativo. “O modelo certo é o modelo justo”, avaliou. 

Na ocasião, a presidente da ACPA, Suzana Vellinho, apresentou dados que destacam a presença do atacarejo na economia do Estado. “Atualmente, segundo a Associação Brasileira dos Atacarejos, o país conta com cerca de 2 mil lojas do tipo em operação, sendo que cerca de 200 estão no Rio Grande do Sul”, descreveu. Segundo ela, esses estabelecimentos respondem por 38% das vendas supermercadistas gaúchas, um aumento de 6% frente a 2021.

Os participantes chamaram a atenção para as mudanças que vêm ocorrendo no formato de atacarejo. “O gosto do consumidor é o gosto do bolso. Ele precisa do custo-benefício de tudo”, afirmou o presidente da Agas. O foco, segundo os debatedores, deve ser em manter o equilíbrio, para garantir custos acessíveis ao público, que é formado por famílias grandes, para a compra de suprimentos, e comerciantes, para estoque. 

Na palestra, mediada pela jornalista Patricia Comunello, também foi debatida a fronteira entre atacarejo e hipermercado. No momento em que a gente começa a colocar produtos para concorrer com o supermercado, ele perde a essência”, observou Karkuchinski. Para Mussnich, o foco do atacarejo deve seguir sendo na busca do custo baixo. “Manter a simplicidade para manter o custo, esse pra mim parece ser o grande desafio”, afirmou.


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