Uber tem lançamento decepcionante na Bolsa de Nova York

Uber tem lançamento decepcionante na Bolsa de Nova York

Empresa, que esperava levantar 8,1 bilhão de dólares, foi avaliada em 81 bilhões

AFP

A plataforma de mobilidade urbana Uber tropeçou, nesta sexta-feira, em seu lançamento na Bolsa de Nova York

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A plataforma de mobilidade urbana Uber tropeçou, nesta sexta-feira (10), em seu lançamento na Bolsa de Nova York, com ação cotada a 42 dólares, três a menos do que o preço que a empresa tinha estabelecido na véspera. Em um dos lançamentos (IPOs) mais esperados do ano em Wall Street, a companhia passou a ser cotada no New York Stock Exchange (NYSE) às 15h50min GMT (12h50min de Brasília). Alguns minutos depois, a ação caiu 6,62% a 42,02 dólares em um mercado em baixa, especialmente volátil devido às dúvidas sobre as negociações comerciais entre a China e os Estados Unidos. A empresa, que esperava levantar 8,1 bilhão de dólares, foi avaliada em 81 bilhões, bem longe dos 100 bilhões que eram esperados até poucos meses atrás.

O CEO da Uber, Dara Khosrowshahi, e vários de seus funcionários tocaram a campainha na abertura da Bolsa de Valores. "Estou muito empolgado", disse Khosrowshahi à AFP, vestindo um terno escuro e camisa branca, em sua chegada a Wall Street. Em entrevista ao canal financeiro CNBC, ele explicou que o preço de 45 dólares por ação refletia "um ambiente incerto" e previu uma possível queda do valor dos papéis. "Nós consideramos que este preço reflete o ambiente econômico e que o ambiente econômico é atualmente incerto", afirmou. "Queremos investidores que apostem no longo prazo". "O preço baixo escolhido pela Uber é inteligente e prudente" e mostra "claramente que ele aprendeu com seu 'irmão mais novo' Lyft", opinou Daniel Yves, analista da Wedbush Securities.

Dúvidas sobre rentabilidade

A cautela da Uber se deve aos problemas de seu principal concorrente nos Estados Unidos, o Lyft. Na quinta-feira, suas ações em Wall Street fecharam a 55,18 dólares - bem abaixo de seu preço de 72 dólares em seu IPO no fim de março. Os círculos financeiros duvidam da rentabilidade dessas plataformas, que registram grandes prejuízos e multiplicam as promoções para atrair e reter clientes.

Após anos de rápido crescimento, marcado por escândalos que ofuscaram sua imagem, a chegada da Uber a Wall Street desperta muito interesse entre os círculos financeiros. Esta operação será um momento crucial para a Uber e Khosrowshahi, nomeado para melhorar a reputação do grupo e permitir que passe a lucrar, em um setor cada vez mais competitivo e com margens incertas.

Em documentos publicados recentemente, a Uber antecipou receita de cerca de 3 bilhões de dólares e prejuízo de 1 bilhão de dólares no primeiro trimestre de 2019. Para ser rentável, a empresa tenta se diversificar lançando serviços como entrega a domicílio, skates, bicicletas... Seu objetivo atual é se tornar a Amazon dos transportes.

Mas sua atividade enfrenta vários elementos de incerteza: concorrência, ameaças legais e regulatórias e os motoristas, que entraram em greve e protestaram em várias cidades dos EUA e em Londres na quarta-feira. Os condutores criticam que o lançamento da Uber na bolsa enriqueceria os acionistas, sem eles receberem um único centavo. "Queremos melhorar a situação de nossos pilotos", disse Khosrowshahi à AFP nesta sexta-feira, sem anunciar nenhuma medida específica.


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