UE aprova ingresso da Letônia na zona do euro

UE aprova ingresso da Letônia na zona do euro

População de 2,1 milhões de pessoas é resistente à mudança

AFP

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A União Europeia (UE) aprovou nesta terça-feira o ingresso na zona do euro da Letônia, uma economia que superou a recessão graças a um programa rigoroso de austeridade, e que fará parte, a partir de janeiro, de um bloco econômico atingido por uma longa recessão e pelo desemprego. Reunidos em Bruxelas, os ministros das Finanças da UE deram sinal verde ao ingresso da Letônia, o último passo que faltava para que o país báltico passasse a ser o 18º membro da zona da euro, o que é considerado por muitos como um sopro de ar fresco para o bloco, mas que gera resistências entre a população do país, de 2,1 milhões de pessoas.

"Nos unimos ao euro a partir de janeiro de 2014. São boas notícias não só para a Letônia, mas também para a Europa", anunciou o primeiro-ministro letão, Valdis Dombrovskis. "A velocidade é a resposta. Fizemos mais do que se esperava de nós", se orgulha o ministro das Finanças da Letônia, Andris Vilks, ao chegar à reunião.

Ao ser interrogado se o país deveria considerar a decisão de um referendo, o ministro respondeu: "Não precisamos disto. Temos que entrar na zona do euro agora. Estamos explicando, comunicando a medida à população e vemos muitos benefícios a curto e a longo prazo", acrescentou. Na verdade, a Letônia se tornou uma aprendiz notável de Bruxelas e pode se gabar de bons dados macroeconômicos, depois de um resgate internacional de 7,5 bilhões de euros.

O governo de centro-direita de Valdis Dombrovskis - no cargo desde 2009 - conseguiu corrigir desequilíbrios econômicos graças a um programa rigoroso de austeridade, medida que tem dado, até agora, poucos ou péssimos resultados no restante das economias do euro, sobretudo, em países como Espanha, Grécia, Itália ou Portugal. Em 2012, o país, que ingressou na UE em 2004 e, desde então, quer entrar na zona do euro, cresceu a um ritmo superior a 5% e a taxa de desemprego caiu para 10,5%. "Podemos mostrar nossa experiência a outros", disse o ministro letão.

O déficit público do país foi reduzido para 1,2% em 2012 e, segundo as estimativas, se manterá igual em 2013 e a dívida pública do país alcançou 40,7% do PIB no fim de 2012. Diante deste contexto, é difícil entender porque a nação quis fazer parte de um bloco econômico que está em recessão desde o terceiro trimestre de 2012, sobretudo, considerando que o custo social resultante do endurecimento das condições de vida tem sido brutal.

Para alcançar os bons índices, Riga elevou a idade de aposentadoria, cortou drasticamente os benefícios sociais e reduziu o setor público, por meio da demissão de funcionários públicos e da redução de salários. Além disso, o país aprovou uma série de impostos e a redução de benefícios na área da saúde, entre outras medidas.

Mesmo que os defensores da austeridade exaltem a Letônia, a redução de gastos e os cortes não explicam por si só a reativação da economia do país. Os especialistas lembram que a maior parte das relações comerciais da Letônia se dá com países que se saíram melhor em relação à crise, como Alemanha, Polônia e Rússia. Em um comunicado, os europeus explicaram que, a partir de janeiro, quando a Letônia abandonar sua moeda local (lats), a taxa de câmbio será de 0,702804 lats por euro.

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