Varejo deverá crescer 3,6% no RS em 2022, estima entidade do setor

Varejo deverá crescer 3,6% no RS em 2022, estima entidade do setor

Projeção depende dos resultados do 4º trimestre, que deverá ser fraco por Black Friday e Copa

Felipe Faleiro

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O volume de vendas no varejo ampliado no Rio Grande do Sul deve crescer 3,6% em 2022 em relação a 2021, afirmou nesta segunda-feira a Federação Varejista do Rio Grande do Sul, entidade que congrega, entre outras, as Câmaras de Dirigentes Lojistas (CDLs) e o SPC Brasil. Este e outros dados foram revelados em coletiva de imprensa, realizada em Porto Alegre. Este formato considera todos os itens em geral.

Já o comércio varejista, que exclui materiais de construção, automóveis, motocicletas e peças, deverá terminar o ano de 2022 no Rio Grande do Sul com um crescimento na atividade de 8%, superior ao que deve ser verificado no Brasil, na faixa de 0,8%. A federação, porém, observou que o desempenho no Estado dependerá do resultado do quarto trimestre, cuja projeção é de aumento de 3% sobre o mesmo período de 2021. Apesar dos bons números, o resultado foi considerado fraco, segundo o presidente Ivonei Pioner.

Segundo ele, a Black Friday deste ano foi aquém do esperado, com vendas 30% menores do que no ano passado, e inclusive a divisão dos itens nas vitrines, entre Natal e Copa do Mundo, causam certo impacto no comércio atualmente. “Os próprios horários dos jogos também influenciam. Por exemplo, hoje, dia de jogo do Brasil, temos praticamente uma tarde perdida. Somado a isto, temos várias horas de trabalho a menos dentro do varejo”, salientou ele.

O primeiro trimestre de 2022 teve crescimento de 5,2% no volume de vendas do varejo ampliado sobre o mesmo período de 2021. Já o segundo trimestre registrou crescimento de 2,1% em relação ao ano passado, e o terceiro trimestre mostrou um avanço maior, de 4,6%. Até o mês de setembro, o segmento no RS com maior volume de vendas foi livros, jornais, revistas e papelaria, com 28% de aumento.

Já a projeção para o varejo ampliado é de crescimento de 3,9% no Estado, contra uma queda prevista de 0,6% no país. No RS, afirma a federação, o desempenho das vendas do comércio mostrou recuperação mais lenta no começo da crise, mas já supera os patamares pré-pandemia. Para 2023, a entidade afirma que a variação nas vendas deve permanecer no campo positivo, porém o ritmo de crescimento deve cair, seguindo a desaceleração projetada para a economia. 

As projeções para o PIB nacional no ano que vem variam entre um aumento de 2,1%, do Ministério da Economia, mais otimista, e 0,7%, do Boletim Focus, do Banco Central, mais conservadora. Há alguns condicionantes que podem alterar as projeções, afirma a federação. Entre eles, a perspectiva de queda na taxa básica de juros, hoje em 13,75%, mas que pode cair para 11% no ano que vem. Outro é a renda real, que tende a subir com a desaceleração da inflação. “Hoje, a população perdeu poder de compra”, disse o diretor administrativo e financeiro da Federação Varejista do RS, Zani da Costa dos Santos, que acompanhou Pioner na apresentação. 

Ainda há a expectativa de estabilização na taxa de desemprego, atualmente em 6% no RS, e que está em declínio, porém a inadimplência voltou a crescer no país. A Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas e a SPC Brasil estimam que há 64 milhões de negativados no país. “Em 2022, ela meio que veio de lado, porém, no último trimestre, acentuou seu crescimento. Aumentou principalmente a quantidade das dívidas, não tanto o valor delas”, pontuou Pioner.

Para este Natal, 73,4% dos entrevistados pela federação afirma que pretende presentear alguém, e 15,6% ainda não havia se decidido. As pessoas que pretendem presentear a si mesmas representavam 59,1% do total, e 17,3% ainda não havia se decidido. Atualmente, conforme a federação, a atividade comercial representa 13% do PIB gaúcho, o terceiro maior percentual, atrás dos serviços (55%¨do total) e indústria (23%), e superior à agricultura (9%).


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