Videoconferência discute a retomada do turismo pós-pandemia no RS

Videoconferência discute a retomada do turismo pós-pandemia no RS

Entidades destacaram a importância da inovação para alavancar a economia do setor

Gabriel Guedes

Entidades destacaram a importância da inovação para alavancar a economia do setor

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O setor de turismo foi um dos primeiros afetados pela pandemia, provavelmente será um das últimos a sair da crise gerada pela Covid-19, mas será fundamental na arrancada da economia assim que essa tempestade passar. Foi a síntese de um webinar, promovido nesta sexta-feira, pela Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE), com a participação do diretor de Atração de Investimentos do Ministério do Turismo, Francisco Chaves Neto, da presidente da Agência de Fomento do Rio Grande do Sul (Badesul), Jeanette Lontra, e da especialista em turismo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Juliana Bettini. “Esta retomada do turismo passa pela inovação, pela captação de recursos por novas fontes. É um setor por natureza, inovador, mas agora vai ter que se apropriar da inovação na ponta”, acredita Juliana.

A presidente do Badesul frisa que o turismo é uma atividade econômica muito relevante para o RS, em particular para algumas regiões, como a Serra gaúcha. “Os efeitos foram devastadores: fechamentos de hotéis, restaurantes, parques temáticos. É um problema extremamente forte”, lamentou. Em decorrência deste cenário, a agência, que antes da crise focava em investimentos, hoje atuado para ajudar os negócios a vencerem a crise, por meio de consultorias e soluções financeiras. “A nossa grande demanda tem sido por capital de giro. Antes era mais investimentos, mas pelo momento atual, tem sido capital de giro”, destacou.

Uma das linhas de crédito mais acessadas pelos empreendedores de turismo tem sido a do Pronampe, segundo Jeanette. Entretanto, essa é mais específica para pequenos negócios. Segundo Neto, o Ministério do Turismo conseguiu fazer um aporte de R$ 5 bilhões no Fundo Geral do Turismo (Fungetur), por meio da Medida Provisória 963, o que pode mitigar graves problemas no setor. “Houve uma retração de 67% nas atividades turísticas no país. Mas tivemos a preocupação em garantir que não houvesse desmonte do setor. O turismo terá papel central na retomada”, garante o diretor do ministério.

A própria crise chama atenção para que não se “coloque os ovos da galinha no mesmo cesto”. Segundo Jeanette, antes da crise, já estava começando a se desenvolver novas regiões turísticas, como a Campanha, com suas vinícolas, oliveiras e a proximidade com o Uruguai. Depois da Serra, conforme a presidente do Badesul, é a segunda região que mais recorreu ao fomento da atividade. E esta tendência de ter novos pólos de turismo, bem como cidades turísticas diversificarem sua economia, vai ser mais presente no pós-crise. “A pandemia está fazendo com que se pense na desconcentração de fluxos”, afirma Juliana.

“Não vai ser fácil esta retomada, não só pela saúde, mas pelos empregos, pela renda das pessoas e o medo de viajarem”, avalia Jeanette. Para isso, além de crédito a instituições como o Badesul, Juliana defende novas formas, mais tecnológicas, de superar os efeitos da crise depois que a pandemia passar. Neto afirma que o Ministério do Turismo já deu um passo importante nesta retomada, que foi o lançamento do selo Turismo Responsável, que será distribuído àqueles empreendimentos que seguirem os protocolos de biossegurança, elaborados para 15 segmentos turísticos. “Temos também o Desafio Brasileiro de Inovação em Turismo, pois acreditamos em novas soluções para reativar o turismo após a pandemia e também criarmos o turismo do futuro”, conclui Neto.


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